segunda-feira, 23 de junho de 2014

QUARTO DISCO DOS EXPENSIVE SOUL


















Quem diria que já passaram quatro anos desde que “O Amor É Mágico” explodiu na rádio. Quatro anos que abalaram o país, a Europa e o mundo mas que não impediram os Expensive Soul de cantar bem alto que acreditar na utopia podia não ser um erro.
 
O duo de Leça da Palmeira lança em Junho de 2014 o seu 4º álbum de originais, contendo os dois sucessos mais recentes “Cúpido” e “Que Saudade”. O álbum foi gravado ao longo do último ano com mais de 20 músicos a participarem em simultâneo na maioria das canções. A produção é de New Max, que assina também todas as músicas e letras enquanto Demo escreve as magníficas rimas. Chega em Junho às lojas com um total de 13 canções, duas das quais “escondidas”. É “soul music” cantada em português, feita no norte de Portugal, oscilando entre os sensuais “midtempos” e os “grooves” mais dançáveis. Pelas letras é o trabalho mais interventivo dos Expensive Soul, que estão cada vez mais exímios na transmissão de ideias em ambiente de festa. O amor continua sempre presente mas aqui e ali há uma mensagem de inconformismo que vai passando, como em “Progresso”, o tema que abre o disco.
 
Fazemos contas a mais
Ideais já não são ideais
Só tu podes emergir
Queremos todos ser sensuais
Pontuais às modas locais
Não, não tens que te cingir
Ser capaz de dizer que não
É andar na frente da revolução.

Toda a letra é uma constatação do estado atual das coisas, incentivando uma postura inconformista mas simultaneamente encorajadora e até mesmo otimista. A toada ativista sobressai aliás noutros temas como “Lição”, “Agora É De Vez” e “Sonhador”, uma das canções “escondidas” depois do alinhamento. Já “Cúpido” é a canção de amor sem pretensões a mais, uma celebração rítmica de melodia fresca em que as cordas, metais e vozes se entrelaçam alegremente. “Reacender A Chama”, em que a música tem a coautoria do baixista Sérgio Marques, é uma pérola de boa disposição em que, mais uma vez, cordas, metais e vozes se entrelaçam em harmonia melódica e rítmica. E o “rap” de Demo a antecipar o clímax torna-a a canção romântica mais completa de sempre da “pop” lusa. “Abre-te Comigo” é a primeira balada do disco, com Max a abandonar momentaneamente o falsete e o Hammond a inundar o terreno com uma toada “vintage” relaxante. Segue-se o segundo single “Que Saudade”, lançado em Março deste ano e em rota ascendente nas tabelas nacionais de “airplay”. Mereceu uma autêntica obra de arte interativa nas 3 versões do vídeo clip que podem ser vistas em simultâneo no site dos Expensive Soul. Atenção a “Electrificado”, um puro “funk” que deveria ser obrigatório nas pistas de dança este Verão. O sax quente sola sobre os hammonds rebentando numa festa de metais inebriante com cheiro a “new wave” e Talking Heads. “Agora É De Vez” é um exercício de orquestração e arranjos, mais um capítulo deste verdadeiro manual de “soul” orgânico que é “Sonhador”, uma coleção de 13 orelhudas canções que abrem um novo capítulo na história dos Expensive Soul.
 

Sem comentários: