sexta-feira, 17 de junho de 2016

O ARQUIVO DIGITAL SONORO DO MUSEU DO FADO E A NOVA EDITORA













A publicação on-line do Arquivo Sonoro Digital em acesso integral representa um momento histórico. Esta é a primeira colecção de fonogramas disponível on-line, a partir de um dos maiores acervos de fonogramas existente no país.

Consubstanciando um dos compromissos estratégicos do Plano de Salvaguarda da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO), o Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado disponibiliza on-line os registos sonoros dos fados gravados desde o início do século XX.

Desenvolvido através de uma parceria entre o Museu do Fado (Câmara Municipal de Lisboa – EGEAC) e o Instituto de Etnomusicologia (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas -Universidade Nova de Lisboa), o Arquivo Sonoro Digital reúne milhares de registos de fados gravados, desde o início do século XX, consubstanciando-se no maior repositório histórico do som existente em Portugal.

Alojada no site do Museu do Fado, a base de dados do Arquivo permite a pesquisa remota, através da internet, de milhares de registos sonoros desde o início do século, até à implementação da gravação eléctrica, facultando a pesquisa integrada por intérprete e repertório.

Gravados em Lisboa, Porto, Paris, Berlim ou Rio de Janeiro - acusticamente ou em gravação eléctrica (posterior a 1927) - estes discos circularam e foram comercializados em Portugal entre 1900 e 1950.

Gradualmente, o Arquivo Sonoro Digital integrará ainda o registo das gravações existentes em diferentes colecções, públicas e privadas, junto das quais se procedeu a inventários preliminares no quadro da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial (UNESCO). Neste domínio, a identificação sistemática de acervos relevantes para o estudo do Fado, na posse de distintas instituições, que o Museu do Fado e o Instituto de Etnomusicologia têm desenvolvido, permitiram já identificar mais de 30.000 repertórios associados ao Fado.

http://www.museudofado.pthttp://arquivosonoro.museudofado.pt

Museu do Fado cria editora discográfica

Desde a sua inscrição na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO) o Fado regista indiscutivelmente uma dinâmica crescente e uma presença marcante no conjunto da vida cultural portuguesa.

Casa-mãe da candidatura o Museu do Fado tem implementado as linhas estratégicas de preservação e promoção do património do Fado.

Neste contexto apresenta no dia 17 de Junho dois projectos cruzando duas dimensões distintas: o Arquivo Sonoro Digital – um projecto inédito de preservação do património histórico fonográfico português - e a editora Museu do Fado Discos - uma label com os olhos postos no terreno e na criação artística contemporânea.

A nova editora discográfica proporcionará aos artistas a possibilidade de editar um disco em nome próprio, um cartão-de-visita com o qual se possam afirmar nacional e internacionalmente.

Através de uma parceria fundamental com a FNAC - que garante a promoção e distribuição dos discos, vendidos em exclusivo nas lojas FNAC e na loja do Museu do Fado - a nova editora Museu do Fado Discos será uma label:

Atenta aos novos valores, mas aberta a todas as gerações;
Apostando em projectos pioneiros, sem deixar de privilegiar a preservação do património fonográfico;
Promovendo gravações históricas a partir do acervo riquíssimo das colecções do Museu;
Aberta, sempre que possível, à Universidade trazendo, através do Instituto de Etnomusicologia (FCSH - Universidade Nova de Lisboa) os alunos de pós graduação para acompanharem o processo de gravação, fazendo da nova label um laboratório de ensaio de metodologias e boas práticas de gravação;
 
JOSÉ MANUEL NETO -TONS DE LISBOA
A estreia da etiqueta Museu do Fado Discos faz-se com o álbum Tons de Lisboa do guitarrista José Manuel Neto, o mais brilhante guitarrista de fado da actualidade.

A estreia da etiqueta Museu do Fado Discos faz-se com o álbum Tons de Lisboa do guitarrista José Manuel Neto, o mais brilhante guitarrista de fado da actualidade.

Dotado de uma técnica evoluída e com uma sensibilidade e uma criatividade únicas, está na linha dos fora de série que têm escrito a história da guitarra portuguesa, como Armandinho, Jaime Santos ou José Nunes. Tem desenvolvido, dentro dos cânones do fado, um estilo próprio marcado pela fluidez, versatilidade e simplicidade frásica que caracteriza a melhor música popular.

Começou a tocar guitarra portuguesa com apenas 15 anos e destaca-se, entre os intérpretes, como um dos instrumentistas mais requisitados no acompanhamento de fadistas, em espectáculos e gravações de discos.

Em 2004 a Casa da Imprensa entregou-lhe o “Prémio Francisco Carvalhinho”, atribuído ao melhor instrumentista e em 2008 é distinguido pela Fundação Amália Rodrigues com o “Prémio Melhor Instrumentista”.

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