quinta-feira, 13 de julho de 2017

MIGUEL ARAUJO COM NOVO SINGLE
















Hoje, 13 de Julho, é apresentado o novo single e vídeo de Miguel Araújo – “Axl Rose”. O vídeo, com realização de Bruno Caetano, é dado a conhecer num dia duplamente especial, visto que é também o dia de aniversário de Miguel Araújo.

Depois de “1987”, “Axl Rose” é o segundo single retirado de “Giesta”, terceiro álbum de originais, editado a 19 de Maio, daquele que é já um dos nomes maiores da música portuguesa.

Miguel Araújo continua em digressão pelo país, e sobe no próximo Domingo (16 de Julho) ao palco do MEO Marés Vivas, no mesmo dia em que actuam Sting e Seu Jorge. Em Novembro regressa aos Coliseus do Porto e de Lisboa, nos dias 4 e 11 respectivamente.

Sobre “Axl Rose”, o novo single retirado do seu terceiro álbum de originais, escreve Miguel:

“Em 1991 eu era demasiado fiel à música dos meus tios para sequer ponderar abrir uma brecha nos meus gostos musicais que acolhesse qualquer coisa que estivesse a ser feita na altura. A música que me era contemporânea e que tocava nos walkmans do pessoal da minha turma era muito baseada em teclados electrónicos e isso aborrecia-me de morte. Acho que só me libertei do jugo musical dos meus tios com os Guns N’ Roses, em 1991. Aí estava, pela primeira vez na minha vida, música feita no semestre anterior capaz de colher as minhas preferências. Passei a idolatrar a banda de LA. Troquei o meu baixo Samick por um Fender, porque era o baixo do Duff. Passei a tocar de palheta. Pela primeira vez na minha vida, e por um curtíssimo período que foi de 1991 a 1994, pude embarcar naquele confortável conjunto de códigos e maneirismos indecifráveis a que podemos chamar de "geração". Fiz amigos de infância pelas estampagens das t-shirts. Conheci malta por elencar a caneta, em inscrições nos tampos das carteiras, as mais refundidas bandas de Seattle de 1993. Mas como todas estas coisas se esbatem rápido, essa geração morreu em 1994. As coisas começaram a banalizar-se. A cair nas mãos erradas. Nas pessoas erradas, que ainda no ano anterior ouviam Technotronic. Os metaleiros começaram a cortar o cabelo, As t-shirts dos Motorhead começaram a dar lugar a t-shirts dos Jamiroquai e do James Taylor Quartet. São coisas que não se perdoam, quando se tem 15. A banalização da ascensão do Axl Rose a semideus de uma geração foi um golpe demasiado duro para quem já era fã há mais de um ano e meio. Para quem tinha levado porrada forte e feio no concerto dos Faith no More no Pavilhão Acácio Lello.

A partir do momento em que os Guns vieram a Alvalade, estava na hora de deixar de ser seguidor. Axl tinha caído, metafórica e literalmente. Aquele trambolhão em plena "It’s So Easy", foi um gesto crítico, Crístico, de cair para ascender aos céus do imaginário popular, dos posters dos quartos das adolescentes, enfim, a vida eterna das coisas que já não interessavam. Eu acho que, de certa maneira, o rock and roll morreu pouco depois desse trambolhão, desse episódio de charneira de uma geração. Decreto o ano de 1994 como o ano provável da morte do Rock. Aliás: tenho a certeza que assim é. Pelo menos eu nunca mais voltei a ter 15 anos.”
 

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