sexta-feira, 7 de julho de 2017

O SOL DA CAPARICA








A Canção é uma arma contra o silêncio, no Sol da Caparica

Dos Tais Quais a Os Quatro e Meia, de Os Tubarões ao Trovante: num festival que se faz também da relação com uma língua, as canções falam mais alto quando entoadas por todos.

Porque é que ainda todos cantam a 125 Azul? Porque é que a Djonsinho Cabral ainda faz estremecer tanta gente? Simples: as canções têm uma matéria especial – quando são particularmente boas – que as fazem agarrar-se ao tempo e viverem permanentemente no presente. A prova vai ser dada n’O Sol da Caparica por vários dos nomes no cartaz.

Histórico coletivo reunido mais uma vez, irá subir ao palco do Sol da Caparica

Em palco, n’O Sol da Caparica, estará o Trovante, histórico coletivo que foi marcante no cruzamento da música popular com outros modos e que inscreveu muitas canções na memória de todos. “Será um concerto que recria os temas o mais fielmente possível, sem mexer nos arranjos, como se estivéssemos de regresso ao passado”, explica João Gil. “O grupo está ensaiado, tocámos em Loures no 25 de Abril e o concerto foi fantástico. E sentimos sempre um prazer enorme em tocar porque aqueles arranjos que as pessoas ainda recordam mantêm todo o seu fulgor e jovialidade. O tema Comboio, por exemplo, tem um arranjo denso, mas também transparente como água. Aquilo não tem tempo, tem é pés e cabeça”, garante.

Geração brilhante!

Da nova geração de quem faz canções em português Os Quatro e Meia acabam de estrear Pontos nos Is, álbum cheio de canções que Camões seria capaz de entoar, como Sentir o Sol, o primeiro single que acabam de apresentar. Mas haverá mais, como P’ra Frente É Que è Lisboa ou Se Eu Pudesse Voltar ou Não Respondo Por Mim. Dizem os próprios Quatro e Meia sobre o disco que vão levar até ao Sol da Caparica: “Seria difícil rotulá-lo, atribuir um estilo musical, colocar na prateleira certa, junto dos seus pares. Aliás, vai ser difícil mantê-lo em alguma prateleira! O lugar dele é na aparelhagem, no leitor de CDs, no rádio do carro, onde vai querer tê-lo todos os dias, porque todos os dias são "o dia certo para avançar"!”

Um pouco de Alentejo sobe ao palco do Sol da Caparica

Veteranos são também Os Tais Quais, verdadeiro supergrupo que traz Alentejo na Alma e na voz e muita gente conhecida no seu seio: João Gil, Vitorino, Tim, Jorge Palma, Celina da Piedade, Paulo Ribeiro e Sebastião. As violas, o acordeão, a percussão, quem sabe uma viola campaniça e um coro de arrepiar fazem parte do código genético de um grupo que faz música de inspiração popular, com canções que todos podem cantar, que dizem coisas concretas e reais e que ainda inspiram um pezinho de dança no momento certo. João Gil explica também como vai ser: “Tais Quais têm outra lógica, aquilo é uma caravana, desconstruímos as regras do que é um espetáculo convencional, com o nosso ‘Jorge Serafim’, apresentador e contador de histórias, alguém que nos permite a todos despirmos as fardas. Com Tais Quais nunca há pressão e os concertos são sempre uma enorme fonte de prazer. Faz total sentido n’O Sol da Caparica”.

As lendas vivas na Caparica!

E dança, pois claro, não faltará quando os lendários Os Tubarões pisarem o palco: este grupo traduziu Cabo Verde em canção durante muitos anos e a sua obra ecoa a própria história daquele país que também fala a nossa língua. Os Tubarões cantaram também José Afonso e fizeram temas eternos como Djonsinho Cabral, tema obrigatório nas noites de Lisboa mais sintonizadas com as toadas tropicais, não vai certamente faltar no palco d’O Sol da Caparica.

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