quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

PARABÉNS PORTUGAL REBELDE




















A primeira vez que escrevi sobre o Portugal Rebelde, de António Manuel Almeida, foi em Maio de 2010 – num texto para o jornal i, onde na altura assinava uma coluna semanal -, não tanto acerca do blog com esse nome mas a propósito da edição da colectânea “Portugal Rebelde”, sucedâneo natural do blog mas também do programa de rádio com o mesmo nome que era transmitido na Douro FM. Nessa prosa exaltava o feito dizia, entre outras coisas, que esse disco tomava “o pulso a muita da música portuguesa actual e é um espelho perfeito de como a nossa música, em 2010 (ou só um bocadinho antes), está a viver um ano de ouro! Em ‘Portugal Rebelde’, o disco, ouve-se um novo tema dos veteranos Trabalhadores do Comércio mas tudo o resto é de grupos e artistas bastante recentes, muitos deles a cantar em português - Diabo na Cruz, Os Golpes, Os Tornados, Márcia, Ludo, Feromona - e também, e muito bem, em inglês - A Jigsaw, Minta, Noiserv, Partisan Seed - ou, no caso do instrumental de M-Pex, a levar a guitarra portuguesa e o fado para um futuro radioso”.

E, acrescentava, que esta “edição, feita fora das esferas habituais da indústria discográfica - majors ou independentes - e com o apoio de estruturas locais” era “mais um belo exemplo de amor à música portuguesa e a quem a faz. Devia haver mais discos assim”. Na altura, em plena fase de franca expansão de blogues sobre tudo e mais alguma coisa, nomeadamente de música, não me preocupei muito em enaltecer, paralelamente, o (imenso e excelente) trabalho que já então, e desde há alguns anos, o António Manuel realizava no blog Portugal Rebelde. Já o acompanhava religiosamente, não só como amante de música mas também como jornalista de música e autor de um outro blog – o entretanto falecido Raízes & Antenas -, e desde o início que o PR se tornou, para mim, uma fonte imprescindível e permanente de notícias (e entrevistas e…) hiper-actualizadas e que, na minha óptica pessoal, tinha as balizas certas: toda a música portuguesa e de todos os géneros musicais.

Trabalho de amor e de dedicação – tal como, citando outros exemplos, A Trompa de Rui Dinis, as Crónicas da Terra de Luís Rei, o Santos da Casa de Fausto da Silva, o Juramento Sem Bandeira de Vítor Junqueira ou A Certeza da Música de João Nuno Silva -, absolutamente independente de estruturas externas e um outro exemplo de uma actividade não remunerada que sobrevive (e também falo por mim) à custa daquilo que, cada vez mais, nos move a quase todos: o prazer que temos em tirar o celofane do último CD que recebemos na caixa do correio – quando os promotores os enviam – ou em ir assistir a um concerto ou a um festival sem ter que pagar bilhete e, ainda por cima, ter uns rissóis e umas mines fresquinhas à espera numa sala que diz “imprensa”. Todos os dias, quando ligo o computador, vou ao gmail e tenho logo vários lembretes de novas matérias no blog Portugal Rebelde (ou no seu Google+) e é lá que fico imediatamente a par de muita da música que está a ser criada no nosso país. É um serviço imenso e absolutamente inestimável. Devia haver mais blogues assim (ou então nem vale a pena, porque já está tudo no Portugal Rebelde).

António Pires
 

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