sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

JOANA ESPADINHA COM NOVO TRABALHO





















“Como apresentar uma nova cantautora?” ou “A difícil tarefa de convencer um jornalista a uma audição cega”

Títulos pouco habituais para usar no cabeçalho de um press-release. Como despertar a atenção dos media para uma nova proposta musical de uma artista que, embora não estreante, não deixa de ser uma “nova artista”?

Confuso? Compreendemos. A canção que vos pretendemos apresentar não surgiu num quarto de uma qualquer teenager que ao longo dos últimos meses tem partilhado canções nas plataformas sociais. Não, não tem essa história. Nem tão pouco as cores cintilantes de um qualquer programa televisivo de talentos em que à “revelação” de uma capacidade vocal de inegáveis recursos abençoada por um jurado iluminado se juntasse agora um talento admirável para compor músicas. Não, não tem esse lado glamoroso.

“Leva-me a dançar” tem um percurso diferente, um caminho surpreendentemente clássico que é, à luz do que o mundo contemporâneo nos parece dizer, cada vez menos sinónimo de interesse e curiosidade. Será?

Pois… a cantautora que aqui nos traz começou doutra forma. Sim, teve salas de ensaios em garagens mas a adolescência desviou-a para o Direito e assim foi até que, qual epifania, imediatamente após a conclusão dos estudos de advocacia, deu início a uma ligação académica que ainda hoje mantém com a música. Primeiro no Hot Clube, depois no Conservatorium Van Amsterdam para a licenciatura de Jazz. E aqui talvez seja melhor fazer um dos primeiros checkpoints deste texto – quantos estarão a equacionar abandonar a leitura? Hot Clube… Jazz…; ou, pelo contrário, quanto se interessaram mais...?

Por entre apresentações em nome próprio e como convidada, surge associada a nomes como Afonso Pais, João Hasselberg, André Santos ou João Firmino. À sua colaboração enquanto cantora, junta as suas letras e composições (“ainda mais nomes ligados ao Jazz…” estarão alguns a pensar…).
Lecciona Canto na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas no Hot Clube de Portugal e no curso de Jazz da Universidade de Évora.

Há três anos, em 2014, dá o passo “normal”: publicou o seu primeiro disco, “Avesso”. Por entre referências de carácter positivo na media especializada e o reconhecimento dos pares, o disco fez o seu percurso, deixando expectativas para quem havia visto mais do que a forma e se interessou pela lírica que ali se afirmava. Era uma espécie de disco de fusão e isso, em si, diz muito (checkpoint dois – a partir daqui é tudo para “novo”).

“Leva-me a dançar” é o primeiro single do segundo álbum desta artista, permitam-nos, desta nova artista. E não, não nos estamos a contradizer. Aliou-se a Luís Nunes, aliás Benjamim, e durante mais de um ano trabalhou com o músico e produtor na materialização de um conjunto de 11 canções que começam por este “Leva-me a dançar”.

Diz quem o ouviu – nós – que estamos perante verdadeiras canções. Têm a riqueza poética e musical que nos agarra, embala e faz sonhar. E que nos contagia para voltar a ouvir, saboreando as palavras, perseguindo linhas de baixo trauteando o refrão, e conseguindo atingir uma das coisas boas da música, a vontade de partilhar, ouvir com alguém, mostrar a toda a gente.

E voltamos ao sítio de onde partimos - “Como apresentar uma nova cantautora?” ou “A difícil tarefa de convencer um jornalista a uma audição cega”.

Afinal é fácil. Oiçam a música da Joana Espadinha e “levem-na a dançar”… (check point 3, ficaram connosco?)


PS. Não há relação com o Victor


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