"Direito” parte de uma sensação comum e persistente: a de nunca fazer nada “como deve ser”. A expressão serve aqui de ponto de partida para uma reflexão mais profunda sobre dúvida, identidade e aceitação. A canção nasce da perceção de que aquilo que se faz pode estar certo ou errado, mas que, quando passa pelo próprio, raramente parece totalmente certo.
Nesta faixa, cravo volta a olhar para si para chegar a uma conclusão simples e honesta:
“eu não sei ser direito.”
A letra reflete um momento de insatisfação e questionamento pessoal — quase como uma crise de meia-idade antecipada — em que pouco parece absolutamente sólido para além do próprio nome. Não há respostas fechadas nem moral da história, apenas a tentativa de aceitar quem se é.
Gravada e editada numa multitracker, e não em computador, “Direito” assume um som mais intimista e orgânico, com uma abordagem próxima da música old-school. A influência do trabalho mais recente de Connan Mockasin sente-se na forma quente e próxima como a canção envolve o ouvinte.
A componente visual acompanha essa suspensão emocional. A animação mostra uma figura a flutuar lentamente até desaparecer no ar, refletindo o carácter floaty e dreamy da música.
BIO
cravo é um projeto independente de música e imagem que se recusa a colocar o artista no centro da obra. Cada “cravo” é um gesto artístico completo: uma canção, uma animação e uma ilustração. Não há rosto, apenas música e imagem.
“Direito” sucede a “No Fundo”, “Chuva”, “Castigo”, “Salta Desse Barco”, “À Margem” , “Bem-vindos” e “De Lado”, dando continuidade ao formato de lançamentos regulares do projeto, onde cada cravo é pensado como uma peça completa de música e imagem.

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