© Ana Jorge, António Faria
Artista de vários ofícios, fez parte de vários projetos musicais como Zedisaneonlight, em 2002, Umpletrue em 2007 e Caruma, entre 2010 e 2017.
Atualmente é um dos músicos intervenientes na Associação Portuguesa de Música nos Hospitais desde outubro de 2017, até ao presente. “Foi nesta associação que entendi o real poder transformativo da música, de como uma música com intenção pode resgatar momentos, memórias, pessoas, colocando-as em contacto com elas próprias e com os outros. A música será a plataforma onde todos se encontram num lugar comum, uma base que sustenta a experiência, a identificação, a compaixão capacitada pela vibração sonora que nos aproxima e proporciona a verdadeira conexão.” afirma o artista.
Este single surge da necessidade do artista passar dos mil projetos em que se encontra, pelos quais já passou musicalmente e artisticamente, para um rumo mais solitário mas ainda assim bastante completo. ‘Sulfuraste’ vem dar início a um caminho que culminará num álbum, também ele de nome peculiar, ‘Anelo’ (uma permanente ansiedade), a sair em breve.
Em colaboração com Paulo Bernardino surge este álbum, do qual podemos escutar o primeiro tema. Sobre o processo de criação, Lituo reflete “Ao início parecia ser uma vingança, mas não era disso que se tratava, o que aconteceu ali foi terapia e se ficasse só por aí, estava óptimo. Mas ficou melhor.”.
Depois de Caruma, o projeto mais recente de Lituo, o artista vem cantar uma dor que acredita ser partilhada por muitas mulheres e muitos homens. Paralelamente, canta frivolidades de amor em desamor, de pessoas que não querem a idade que têm e que se caricaturam até ficarem cómicas. A dor também se dança.
Foi um processo de construção — o sentimento de ter uma bagunça dentro de nós e poder arrumá-la em letras de canções, melodias e sonoridades que quase abraça essa “desarrumação”.
Lituo refere-se a este primeiro single como “A Promessa”, e mesmo o título curioso de nome ‘Sulfuraste’ é a metáfora perfeita para o sentimento que o tema quer transmitir, “o colocar enxofre dentro de mim, estragaste-me”, por exemplo – “Quando o amanhã já passou e tu ainda lá estás. A espera do que nunca vem e o descalabro quando se integra essa noção. A mentira programada e a burocracia dum amor que não era. No processo, criam-se buracos de tempo que parece que não têm fim, feitos de nuvens negras e vazias. Enublei a minha Disney interior, cobri a minha criança.” afirma o artista.
E acrescenta “Este Sulfuraste nasce da sobrevivência a uma relação perfeitamente caótica que acabou por falta de fôlego, entra a música e faz o que tem de fazer. Desarruma, mexe nas feridas e grava-se o que sai em pós bloco-operatório.
‘Sulfuraste’ veste-se de um indie-pop-alternativo bastante melancólico que nos envolve a cada acorde e a cada palavra. Foi totalmente escrito por Lituo, com produção de Paulo Bernardino, mistura de Paulo Pereira e masterização de Fernando “Naná” Nunes, no Estúdio Pé de Vento. Encontra-se agora disponível em todas as plataformas digitais.