quinta-feira, 18 de maio de 2023

SILK NOBRE AO VIVO

 



















Silk Nobre estreia "Diz à Mãe que está tudo bem" no Palco do Teatro Capitólio em Lisboa no próximo dia 31 de maio, onde abrirá para Black Mamba.

Recordamos que o artista já tinha confirmado a sua presença no festival MEO Kalorama a 31 de agosto no Parque da Bela Vista em Lisboa.
Silk Nobre estará acompanhado por Rui Pedro Pity no baixo, Ivo Costa na Bateria e Catarina Archer nas teclas e voz.

“O disco trata de uma história universal de amor e reconciliação familiar!”, garante. É um trabalho que fala verdades e por isso mesmo é unificador, pacificador sem deixar de apontar o dedo ao que considera estar errado e ser injusto. É íntimo e político ao mesmo tempo. Faz pensar e dançar. E não necessariamente por essa ordem.

“Musicalmente criamos a nossa própria identidade na viagem, no processo, no estudo dos clássicos das principais influências que inspiram os grooves que nos fazem dançar. Afro soul funk que vai de Bee Gees a Bonga, de Fela kuti a Zeca Afonso, e por aí fora. Afasto-me da zona de conforto para poder crescer no encontro com o outro”. Curiosamente, esse “outro” que Silk Nobre menciona é ele mesmo. Já não é personagem, é vida real.

Silk Nobre criou um disco que tem funk e semba, soul e afrobeat, rhythm n’ blues e zouk e música de intervenção, tudo junto porque não dá para dividir. E sobre esses balanços, o disco, sublinha ainda Silk, “fala de coisas desaparecidas e dos desafios do exercício da democracia”.

Precedido pelo explosivo e afirmativo “I am back (back to Africa”, este álbum está carregado de histórias. Permitiu a Silk encontrar o Armando Tito que tocou com a Cesária Évora quase ou mais de 20 anos; e o Miroca Paris que a acompanhou ao longo dos últimos tempos; e partilhar uma música com Sara Tavares, “com quem cultivamos amizade e cumplicidade que faz deste disco uma pérola muito nossa, mais uma para o nosso colar musical”, confessa.

“Este disco tenta fazer tudo isso”, esclarece Silk, “e recolhe e pesquisa o melhor das nossas vidas para erguer um conceito à medida da minha voz e do que tenho para entregar, enquanto autor, numa linguagem tradicional com um twist eletrónico. Por razões económicas e estéticas. É para viajar pela diáspora numa Tour Lusófona. Palavras novas no nosso léxico. Por isso brincamos com os dialectos, as expressões idiomáticas, as metáforas, e tratamos o criolo de rua como se fosse Shakespeare”. Disco rico, portanto. No que propõe musicalmente e no que oferece poeticamente.

Mas há uma história anterior: homem dos palcos em diferentes instâncias – no teatro é Fernando quando está nos bastidores ou o que a personagem ditar quando pisa a boca de cena -, Fernando “Silk” Nobre tem uma longa linhagem funk: dos Funky Messengers aos Mister Lizard e daí aos Cais do Sodré Funk Connection, agremiação cultural que fez dançar muita gente, da Rua Cor de Rosa às ruas de todas as outras cores por esse país fora e mais além. Silk também era personagem, meio James Brown, meio acrobata, meio homem, meio mito. Mas agora, em “Diz à Mãe Que está Tudo Bem” é outra coisa, mais funda. Ele explica.

E nesta descodificação de “Diz à mãe que está tudo bem”, Silk conclui: “Eu gosto dos derrotados, porque eu também sou um deles, um dos tais que quase não teve sorte, quase conseguiu, sei lá o quê...” E quem fala assim, só pode cantar ainda melhor. E se a curiosidade crescer? vai poder vê-lo no final de maio em palco no Cine Teatro Capitólio a abrir para os Black Mamba e em agosto no festival MEO Kalorama.

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