Se fosse vivo, Max teria hoje 100 anos.
Nos anos 40, deu nas vistas como baterista e vocalista do conjunto Tony Amaral, com quem actuou em Lisboa no Clube Americano e no Nina, sendo depois contratado para actuar a solo no Rádio Clube Português. Em 1949, assina pela Valentim de Carvalho e estreia-se com um 78 rotações que inclui “Bailinho da Madeira e “Noites da Madeira”.
Seguiram-se 30 anos de carreira com dezenas de discos, digressões em todos os continentes ─ incluindo actuações no talk-show de Groucho Marx na NBC ─, participação em revistas no Parque Mayer e num par de filmes ao lado de Raul Solnado e de Artur Semedo. Um caso distinto e constante de popularidade.
Max é o nosso Bing Crosby em “Noites da Madeira”, o crooner nacional que só tem paralelo em Tony de Matos, mas que também canta “Vielas de Alfama” como o mais castiço dos fadistas ou à capela em “Ó Ai Ó Linda” como voz de coro da Beira Baixa a deslizar por ascendências magrebinas, para logo surfar a onda latino-americana com “Cha Cha Cha em Lisboa” (e brincar com a letra citando a sua “Rosinha dos Limões”, que Caetano Veloso viria a imitar, com sotaque madeirense e tudo, num célebre concerto no Coliseu de Lisboa nos anos 80…), ao mesmo tempo que ironiza e diríamos que desmonta o “folclore” e a “política do espírito” do Estado Novo e de António Ferro nas inesquecíveis interpretações de “Bate o Pé” e “Bailinho da Madeira”, ou até mesmo no clássico “Pomba Branca” com letra de Vasco Lima Couto.
E que dizer do eterno “A Mula da Cooperativa”, um Portugal puro, cantarolado em nonsense num número que é ao mesmo tempo cabarético e circense, produzindo um improvável retrato micro-social.
Mais do que relembrar, é bom não esquecer quem foi Maximiliano de Sousa, nascido no Funchal, a 20 de Janeiro de 1918.
A compilação NOITES DA MADEIRA chegou às plataformas digitais, um disco originalmente editado em formato CD. São 40 temas que traduzem a diversidade do repertório de Max, crooner-fadista-cantor-jazzman-cantador-humorista e figura ímpar do entretenimento!
ALINHAMENTO DO DISCO
Noites da Madeira
Tingo lingo lingo
Cha cha cha em Lisboa
A mula da cooperativa
Bailinho da Madeira
Bate o pé
Sinal da Cruz
Menina das tranças loiras
Pomba branca, pomba branca
Ó ai menina ó ai
Baile dos vilhões
Outono na cidade
Porto Santo
Tomar
Quando é lua nova
Baile camponês
A noite
A Micas das violetas
Maria rapaz
Maria tu tens a mania
A Rosinha dos limões
Nem às paredes confesso
A Júlia florista
Já me deixou
Fiz leilão de mim
Tenho saudades de mim
Saudade da madrugada
Carta de um soldado
Clarim
Fado do Zé Ninguém
As duas mortalhas
Ana Maria
Perdida
Perdão
Tudo te dei
Não voltes
Lamentos
Quadras soltas
Ó ai ó linda
Vielas de Alfama
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