domingo, 10 de março de 2019

HELENA SARMENTO NA CASA DA MÚSICA DO PORTO




















“Lonjura” é o seu terceiro álbum de originais, editado a 13 de Abril de 2018 (disco Antena 1, com chancela do Museu do Fado e da Fundação GDA), e que sucede a Fado Azul (2011) e Fado dos Dias Assim (2013). Neste seu mais recente disco, Helena Sarmento surge, mais do que nunca, esplendorosa e livre.

“Helena Sarmento é um desses seres que chegam discretos e disponíveis, se expõem sem reservas, sem redes; um desses seres que sabem encontrar caminhos próprios, afirmar-se diferentes, solidários, sensíveis; que têm na inteligência, na imaginação, na persistência, na criatividade, na liberdade mapas sem recuo.

Discreta, secreta, ela encetou a sua afirmação fora das correntes dominantes, norteada por uma exigência, uma lucidez inamovíveis. “Lonjura” fica-nos, pela carga da sua atmosfera, planície de irrecusável modernidade”, afirma o escritor Fernando Dacosta.

“Lonjura” é o tema onde a voz mais descerra o lugar da (sua) alma. A letra, de seu pai, Joaquim sarmento, parece premonitória dessa outra lonjura maldita, a doença que ao longo dos anos o foi rondando e roubando a si mesmo e a quem o ama.

Helena Sarmento é aqui a ‘voz’, profunda e poderosa, que vem do longe da memória e do mais escondido de si. E dela se impôs a urgente e inevitável consequência de que todo este disco seja um dedicado tributo e homenagem a Joaquim Sarmento: ao Homem, à sua coragem e ao privilégio de dele ser filha.

Foi a partir do tema-título, “Lonjura”, que foi construído o espectáculo que levará à Casa da Música. Serão projectadas numa tela, durante todo o concerto, fotografias antigas, de infância - quando a felicidade parece para sempre - criando a sensação intimista de se estar de facto a ver um álbum, em casa, no silêncio da noite, só nós e a nossa memória.

A concepção e realização do vídeo do espectáculo é de André Henriques.

No concerto revisitará também o repertório mais emblemático dos seus dois álbuns anteriores.

É nas palavras que canta – a grande maioria delas escritas por João Gigante-Ferreira - que Helena Sarmento se encontra e se reinventa e é nelas que se condensa, desde Fado Azul, a coerência que persegue na construção de um universo original, próprio e identificador do seu projeto.

A fadista é acompanhada neste palco por Samuel Cabral, na guitarra portuguesa, e na direcção musical, André Teixeira, na viola, e autor dos arranjos, e Sérgio Marques, no baixo.

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