Embrenhados de estéticas psych, space e kraut, os Travo têm vindo a fazer um trajeto singular, não apressando processos e procurando sempre o desconforto como catalisador, assumindo a premissa de que o ócio é o pior inimigo. Desta proposição foi surgindo uma nova e refrescante abordagem ao método de composição, em um claro afunilamento de influências quanto à sua sonoridade. Em 2019 aventuram-se no primeiro longa duração, “Ano Luz”, que foi muito bem recebido pela crítica. A edição digital não impediu que este ganhasse apresentações em vários pontos do país com destaque para Lisboa, Porto, Aveiro, Castelo Branco e Braga e culminaria, não fosse a pandemia numa época de festivais muito bem preenchida.
Do hiato forçado surgiu a vontade de compor, com uma nova força, projetando as estéticas e linguagens anteriores e elevando-as a um novo estatuto, desprovido de raízes identitárias. Surge assim Sinking Creation, trabalho que marca uma transição na sonoridade da banda. As paisagens instrumentais ainda presentes, ora contemplativas, ora pulsantes, fundem-se agora com canções inspiradas em vários movimentos do rock das décadas 60 e 70, criando um mundo imaginário não distante dos clássicos de ficção científica.
A convite do Gnration e no âmbito do Trabalho da Casa, os Travo exploram assim os mais recônditos cantos do universo em um trabalho que pretende unir sonoridades numa pletora de influências a ser editada em 2022.
Formada em 2016, Travo é um projecto bracarense que junta David Ferreira (Baixo), Gonçalo Carneiro (Guitarra, Sintetizadores), Gonçalo Ferreira (Voz, Guitarra, Sintetizadores) e Nuno Gonçalves (bateria).
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