Chandi, cantoautora e voz recente no panorama artístico nacional, apresenta Oxalá, o primeiro single do seu disco de estreia. Uma canção folk contemporânea, adornada com laivos de world music e fusão, onde diversos universos e estórias dialogam.
Oxalá manifesta a esperança na reconexão com uma sensação interna de lar - “almoços de domingo”, um convívio à volta da mesa, a escuta de um disco em conjunto, a observação da natureza e dos seus ciclos, a urgência de ser em detrimento do parecer ou ter.
Numa era em que as polarizações se apresentam de forma tão radicalizada, a artista almeja o estabelecimento de pontes de encontro, mas também a provocação e agitação de consciências: como, onde e o que nos faz “sentir realmente em casa”?
A letra remete para um amor intemporal que une o Norte ao Sul, num encontro destas polaridades ao Centro. Convida-nos, ainda, para o processo de apaziguamento e enraizamento da cantautora na sua terra MATER (Portugal). Este encontro, por conseguinte, sustentado por outro(s) chão(s) potencia a descoberta de outros territórios como os da sua terra PATER (Índia). Estas indagações manifestam-se na musicalidade diversa e com influências assumidamente distintas.
Oxalá conta com a participação de Celina da Piedade no acordeão e na voz.
Durante o processo de produção e arranjos musicais, o produtor do disco, Nilson Dourado, sentiu que o tema se desenvolveu num caminho que ia ao encontro da estética de Celina da Piedade, cujo convite foi respondido com uma calorosa participação.
No seguimento da edição de Oxalá, o álbum de estreia Portal sairá para o Mundo em 2025.
"Chandi nasceu em Lisboa, em 1985, fruto de uma alquimia entre a mãe, com raízes ribatejanas e nas águas do rio Zêzere; e o pai, nascido à beira-mar em Diú, na Índia.
A artista iniciou a sua carreira artística como actriz, escritora de histórias e facilitadora de laboratórios de pesquisa criativa, cruzando o desenvolvimento pessoal e as artes performativas. Nos últimos anos, Chandi tem explorado temas como IDENTIDADE, MEMÓRIA e TERRITÓRIO, também como cantautora e compositora musical.
Regressou a Portugal em dezembro de 2019, após um período de viagens por vários países da Europa, de África e América do Sul. Estas viagens foram também internas, possibilitando à artista um mergulho num intenso processo de intercâmbio cultural e de pesquisa das suas raízes.
Sempre quis ter almoços de domingo. Nasci nos anos oitenta, em Lisboa, fruto da alquimia entre uma mãe das Olalhas, em Tomar, e um pai de Diu, na Índia. A que lugar pertenço? Em que tradição(ões) me reconheço? Que ritmos são os “meus”? Este melting pot, apesar da inquietude que suscita, tem sido um lugar fértil, como uma rampa de lançamento para transformar dor em amor, numa osmose de aparentes dissonâncias e discordâncias.
Águas doces que fluíram para águas salgadas, são também as águas que se agitam dentro de mim, inspirando-me e direcionando-me. Materializo agora, num disco, o reflexo das minhas estórias e dos espaços vazios que (ainda) estão por compreender e por alinhavar.
Como costuramos a nossa estória incluindo os espaços vazios e desconhecidos? Como nos podemos abraçar inteiramente, incluindo todos os nossos lugares? Incluindo todas as nossas raízes e frutos, todos os estes e oestes, todos os nortes e suis? "
CHANDI
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