Três bandas - The Legendary Tiger Man, Dealema e Sloppy Joe. Três estilos - blues, hip-hop e reggae. Um público dividido, na sua maioria composto por hipopers, que no entanto, soube respeitar o trabalho dos artistas, e pode mesmo dizer-se apreciar aquilo que via.
Sem a sala totalmente cheia, à hora marcada, Paulo Furtado subiu ao palco. Apesar de ainda estar a curtir a ressaca do concerto dado no dia anterior no Lux na primeira parte de Peaches, o Homem Tigre foi um músico competente no tempo que esteve em palco. No entanto, faltou um pouco mais de energia à actuacão de Paulo Furtado, que só foi ganha a espaços quando tocava temas mais rápidos. Faltaram também algumas musicas importantes do seu último registo. A meio do concerto, Zé Pedro, dos Xutos e DJ de serviço do Natalapalooza, veio dar uma mão ao Tigre em dois temas. A passagem do guitarrista pelo palco foi discreta e pouco mais acrescentou ao concerto. Ao ver o público inquieto, à espera da actuação dos Dealema, Furtado remata: " isto está-me a custar mais a mim do que a vocês". Nunca uma verdade foi tão sábia... Esperam-se de futuro noites mais azuis.
Casa cheia. NovaGaia em peso. Dealema em palco. Rimas certeiras e batidas poderosas fizeram do concerto dos Dealema um momento inesquecível. Serviram para mostrar porque é que o disco da banda tem sido tão bem recebido e porque é que eles são de facto uma das mais importantes peças do hip-hop tuga. Ao lado dos Dealema os "suspeitos do costume", Mind Da Gap incendiaram o palco em alguns temas. A fechar "o talento cada vez menos clandestino" de Marta Ren, dos Sloppy Joe, brilha no tema de apresentação do primeiro disco dos Dealema. A noite foi deles. O publico era deles e por isso houve festa. O hip-hop nacional está em grande. Não é uma constatação. É já uma realidade.
A malta dos bonés abandona a sala. Os Sloppy Joe sobem ao palco para nos brindarem com um concerto pleno de vigor que soube cativar pela simplicidade e entrega. O reggae pintou a sala de três cores. Sem se mostrarem demasiado virtuosos, mas sendo bastante competentes, os Sloppy Joe sabem construir temas que nos preenchem a alma. Esperamos que em 2004 o público saiba dar valor a uma banda que bem o merece. Quanto tempo ainda falta para 13 de Janeiro?
Por fim, resta dar os parabéns à Bairrista, que ao juntar três bandas tão diferentes soube construir uma noite em que o calor encheu a sala do Hard Club. De louvar também a fórmula escolhida para o Natalapalooza deste ano, que foi visto em salas diferentes. Agora vem aí o hipopalooza e o carnavalapalooza. E pode vir também o pascoapalooza. Quantos mais concertos destes melhor, pois assim se prova que a música portuguesa está de boa saúde.
Nuno Ávila
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