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segunda-feira, 19 de janeiro de 2004
SHADOWSPHERE - Darklands (Floyd Records)
À primeira vista pode não parecer, mas o heavy metal nacional está de boa saúde. Não são muitas as editoras a apostar neste género de música, mas as que existem dão provas de que este som está aí para as curvas. O recente trabalho desenvolvido por selos independentes como a Paranoid Records, que editou o novo albúm dos Ramp, ou da Floyd Records que nos fez chegar o ultimo CD dos Shadowsphere, são disso uma prova viva.
“Darklands” é um disco poderoso, de uma banda que tem nas suas fileiras bons executantes. Se por um lado, a voz mais agressiva de Paulo Gonçalves nos empurra o som da banda para caminhos trash metal, por outro, a voz secundária do guitarrista Paulo Goulão, mais gutural, faz a música do grupo passear por terras suecas, onde eles buscam influência no “melodic death metal”.
Podemos dividir este disco em duas partes. Uma primeira com 5 temas, onde se nota uma produção menos cuidada de Nuno Loureiro, dos Painstruck. Um conjunto de temas onde a banda desenvolve de forma competente o seu trash metal “agressivo, abrasivo e desconstrutivo”. Destaque para o tema “Damnation (The Sands Of Hamunaptra), que é o que se aproxima mais da segunda metade do registo. Falta então a esta metade aquilo que a segunda parte do disco ganha. A partir do sexto tema o som da banda torna-se mais cativante e mais ricamente trabalhado (destaque óbvio para as guitarras), dando-lhe a produção o brilho que ele merece.
Este segundo conjunto de canções mostra-nos uma banda apaixonada por temas mais góticos. Drácula de Francis Ford Copolla é a grande fonte inspiradora, encontando-se por aqui várias samplagens da obra, e dois temas, o 6 e o 13, que são adaptações e interpretações livres da banda sonora do filme. Algumas musicas onde apenas a guitarra acustica domina tornam a atmosfera mais negra (negro=gótico), e deixam-nos espaço para respirar e nos atirarmos de cabeça para outros sons.
Pena é que assim o disco se apresente aos nossos ouvidos desiquilibrado. Tinha tudo para ser um grande albúm, mas os temas iniciais fazem o registo perder alguma vivacidade. Parece mesmo que estes temas foram compostos e gravados noutra altura.
Se a banda seguir o rumo que nos apresenta no final do disco, tornando o seu som mais original, poderão de futuro ser lembrados como um grupo que fazia falta ao heavy nacional. Assim correm o risco de ser apenas mais uns.
Contudo, cuidado ao abrirem a porta do castelo gótico. Não vale a pena cair na tentação de seguir o voo de outros morcegos.
Nuno Ávila
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