O grande auditório da RUC, ou seja o corredor que liga todas as salas da rádio, foi o palco escolhido para as duas últimas iniciativas do Festival Santos da Casa.
Para que no final do texto não me acusem de nada, convém explicar, que devido ao facto destes dois showcases estarem a ser transmitidos em directo pela Rádio Universidade, tive de ficar dentro do estúdio, zelando para que tudo chegasse bem a quem ouvia a RUC em 107.9 ou via net, e não vi realmente as actuações das bandas. Ossos do ofício. Contudo, consegui sentir todo o calor que se vivia naquele espaço, que quase mal dava para as bandas caberem. O meu papel foi então um pouco diferente do do ouvinte, que a quilómetros da Associação Académica escutava o programa descansado em casa. Eu estava numa sala ao lado…
No primeiro fim de tarde, os Bunnyranch, levaram até ao corredor da RUC perto de 30 pessoas, esgotando pela primeira vez um espaço por onde passam..
5 foram os temas que Kaló e companhia tocaram. 4 do cd “Trying To Lose” e “Hungry” do EP “ Too Flop To Boogie”. Foi em clima de festa que se viveram aqueles 30 minutos de música, com a malta do programa “RUC And Roll” a abrilhantar a última faixa. Assim se provou mais uma vez que à beira da velha Cabra o rock está vivo. Ficou novamente carimbada a entrega total da banda, onde se destacam os teclados do Filipe Costa e a forma irreverente de estar em palco do Kaló.
24 horas volvidas e eis que no corredor se encontram os Twilight Garden prontos a tocar 10 temas. O público comparece em menor número que na véspera, o que não impede a banda de se entregar de corpo e alma. Há que acreditar que em casa são muitos os que ouvem.
Se nas últimas maquetes da banda de Gaia, onde a electrónica domina, os afastava das comparações iniciais com os Cure, e os aproximava inegavelmente aos Depeche Mode, a actuação no corredor da RUC, fez precisamente o contrário. O som que se ouviu durante quase uma hora voltou a trazer à memória a banda de Robert Smith. Sem grande tratamento na voz Walter não consegue negar que tudo aquilo que sabe lhe foi ensinado pelo vocalista dos Cure. O produto final resulta numa mistura engraçada entre o electrónico e o analógico das guitarras carregadas de delay, trazendo para o ar um som que sem ser original, encanta.
Depois de 4 eventos distintos, às 20h00, do dia 1 de Maio, o Festival Santos da Casa despediu-se, com a plena certeza, de que valeu a pena todo o esforço, mesmo que por vezes o público de Coimbra não tivesse correspondido. Ficou também no ar a plena convicção de que se queremos ajudar as bandas a crescer, a melhor maneira de o fazer é pondo-as a tocar, mostrando o que elas valem ao vivo, e ajudando-as a ganhar calo. Não basta apenas passar a sua música vezes sem conta no ar.
A RUC sempre gostou de dar a conhecer os artistas que divulga, nomeadamente os nossos. É por isso que mais uma vez organiza o palco dois da Queima das Fitas, com 16 das melhores bandas que actualmente a música portuguesa conhece. Vão ser 8 noites de festa!
Então até ao dia 7 de Maio, junto ao rio…
PS: ver o que as bandas tocaram nas plylists dos programas correspondentes.
Nuno Ávila
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