Se os dAnCe DAMage tivessem surgido a meio dos anos 80 seriam inegavelmente uma banda de enorme sucesso. Quando falo de anos 80, e ao contrário do que o leitor possa pensar, refiro-me a uma época em que o cinzentismo, o experimentalismo e algum industrialismo dominavam.
Por isso, desta vez coloquem os sintetizadores de lado. Aqui não se faz música de dança a cheirar a New Order. Temos de louvar a atitude da banda, que sem criar nada de novo, transporta para esta época sons que já julgávamos mortos e enterrados, não fosse a reedição recente de alguns discos e a teimosia de uns quantos DJs e radialistas em divulgar o que de melhor nos deixou a música dos 80. Por isso, os três temas que fazem parte de "Pilgrimage", por estranho que pareça trazem um cheiro a novo.
Ao lermos a biografia da banda, vemos citado no texto uma quantidade de grupos que servem de referência ao projecto. Se por um lado, o som de algumas bandas assenta que nem uma luva aos dAnCE DAMage, por outro, existem referências que só se descobrem nas entrelinhas. Quando a banda cita, por exemplo o nome dos Einsturzende Neubauten, não o faz de animo leve. A sua música, tem de facto, um lado bastante industrial, que muito deve à banda alemã. Quando referem, ter admiração por uns Pere Ubu ou The Fall também o fazem com enorme convicção. De facto o som mais punk-rock dos dois projectos, marca pontos em "Pilgrimage". Se ouvirmos o terceiro tema da demo denominado "Shrine", que transpira psicadelismo por todos os poros, aí vemos que a banda soube beber o que de melhor nos deixaram projectos como os Can ou Capitain Beefheart.
Mas de todas, a referência que melhor se cola ao projecto è a dos PIL, isto porque o vocalista dos dAnCE DaMAge, tem uma forma de cantar algo semelhante à de Johnny Rotten. Mas não só. Por vezes é a voz de Peter Murphy que é homenageada, bem assim como o som criado pelos míticos Bauhaus.
Depois de ouvir a demo outro nome que me saltou à memória foi o dos Virgin Prunes. Falo do álbum "If I Die I Die", onde o grupo de Dublin mistura o rock , o new wave, e sons de decadentes cabarés.
Como se comprova facilmente, os dAnCE DAMage souberam recolher o que de melhor se fez nos anos 80 e um bocadinho do que nos deram os finais dos 70. Se calhar a melhor maneira de guardar esta demo é coloca-la numa prateleira onde no cimo esteja colocado um rótulo onde se leia : "pós punk". Podemos sem querer estar a ser redutores. Mas o que fazer?… O disco tem de ser arrumado nalgum lado!
Este som transpira punk, destila gótico, vomita industrial e atira psicadelismo contra os ouvidos. Em poucas palavra: é muito bom!
Estamos perante três temas, que nos deixam com vontade de ouvir mais. Músicas que nos surpreendem, apesar de serem um pouco retro e que nos despertam os sentidos ao misturarem tantos estilos. Os amante dos sons anos 80 vão vibrar enormemente ao ouvirem este grupo de Santo Tirso. O público mais jovem ao tomar contacto com esta sonoridade, vai com certeza querer entrar na máquina do tempo e viajar uns anos para trás.
Afinal a tradição ainda é o que era!…
Por isso, desta vez coloquem os sintetizadores de lado. Aqui não se faz música de dança a cheirar a New Order. Temos de louvar a atitude da banda, que sem criar nada de novo, transporta para esta época sons que já julgávamos mortos e enterrados, não fosse a reedição recente de alguns discos e a teimosia de uns quantos DJs e radialistas em divulgar o que de melhor nos deixou a música dos 80. Por isso, os três temas que fazem parte de "Pilgrimage", por estranho que pareça trazem um cheiro a novo.
Ao lermos a biografia da banda, vemos citado no texto uma quantidade de grupos que servem de referência ao projecto. Se por um lado, o som de algumas bandas assenta que nem uma luva aos dAnCE DAMage, por outro, existem referências que só se descobrem nas entrelinhas. Quando a banda cita, por exemplo o nome dos Einsturzende Neubauten, não o faz de animo leve. A sua música, tem de facto, um lado bastante industrial, que muito deve à banda alemã. Quando referem, ter admiração por uns Pere Ubu ou The Fall também o fazem com enorme convicção. De facto o som mais punk-rock dos dois projectos, marca pontos em "Pilgrimage". Se ouvirmos o terceiro tema da demo denominado "Shrine", que transpira psicadelismo por todos os poros, aí vemos que a banda soube beber o que de melhor nos deixaram projectos como os Can ou Capitain Beefheart.
Mas de todas, a referência que melhor se cola ao projecto è a dos PIL, isto porque o vocalista dos dAnCE DaMAge, tem uma forma de cantar algo semelhante à de Johnny Rotten. Mas não só. Por vezes é a voz de Peter Murphy que é homenageada, bem assim como o som criado pelos míticos Bauhaus.
Depois de ouvir a demo outro nome que me saltou à memória foi o dos Virgin Prunes. Falo do álbum "If I Die I Die", onde o grupo de Dublin mistura o rock , o new wave, e sons de decadentes cabarés.
Como se comprova facilmente, os dAnCE DAMage souberam recolher o que de melhor se fez nos anos 80 e um bocadinho do que nos deram os finais dos 70. Se calhar a melhor maneira de guardar esta demo é coloca-la numa prateleira onde no cimo esteja colocado um rótulo onde se leia : "pós punk". Podemos sem querer estar a ser redutores. Mas o que fazer?… O disco tem de ser arrumado nalgum lado!
Este som transpira punk, destila gótico, vomita industrial e atira psicadelismo contra os ouvidos. Em poucas palavra: é muito bom!
Estamos perante três temas, que nos deixam com vontade de ouvir mais. Músicas que nos surpreendem, apesar de serem um pouco retro e que nos despertam os sentidos ao misturarem tantos estilos. Os amante dos sons anos 80 vão vibrar enormemente ao ouvirem este grupo de Santo Tirso. O público mais jovem ao tomar contacto com esta sonoridade, vai com certeza querer entrar na máquina do tempo e viajar uns anos para trás.
Afinal a tradição ainda é o que era!…
Nuno Ávila
Sem comentários:
Enviar um comentário