quarta-feira, 13 de outubro de 2004

O OUTRO LADO DOS KAFKA




A ausência dos KAFKA dos palcos, em 2004, não tem sido fortuita. Depois do lançamento do álbum "Fantôme -intro das waltz" e dos concertos de apresentação em finais de 2003, fecharam as portas do "laboratório" e embrenharam as suas composições em projectos ligados a diferentes formas artísticas, principalmente ao teatro e à literatura. Em Maio/Junho de 2004 prepararam música para a performance de apresentação da revista escolar "Avenida do Minho", da Escola Secundária Alcaides de Faria. Sobre textos de Robert Walser e Thomas Bernard as artes misturaram-se: música, poesia, projecções de pequenos filmes, dança e teatro.

"O cenário consegue ser magnificente. No rés-do-chão do pavilhão escolar existe um pequeno palco. Três telas enormes acompanham a altura dos dois andares do espaço. Em ambas, e ao mesmo tempo, projectam-se imagens. Guerra,Violência, Fome, Torturas, e outras coisas mais abstractas. Os textos são violentos, principalmente, quando são representados e lidos por jovens "politicamente incorrectos" (e porque não "pedagogicamente incorrectos"?). Amúsica está em sintonia com as palavras demoníacas. Tanto semeia o caos, comtambores e gritos a ecoarem nos corredores invisíveis, como sugere a calma necessária e um retiro dos pensamentos mais profundos. Há lullabies, pequenos xilofones para adormecer, uma melódica solitária, ruídos de chapas emovimentos sonoros dispersos que completam as palavras. Há lugar para uma "Ballerina". A música também se evapora."

Apontamentos dos ensaios em 08-06-2004

Em Junho de 2004 surge o convite da companhia de teatro "A Capoeira" para musicarem o "Canto IX da Lusofonia" no encerramento da Feira do Livro de Barcelos de 2004 (exactamente no dia 11 de Julho de 2004). Foram propositadamente compostos novos temas (instrumentais) para um recital de poesia dedicado inteiramente a poetas lusófonos tendo como subjacente o tema "O Livro". Desde Cesariny a Pessoa, passando por Sophya de Mello Breyner ,Mário Dionísio ou Vinicius de Morais. Erigiu-se uma nova forma/fórmula que podedar início a um novo movimento, a um novo conceito de espectáculo mais virado para as letras e para a imagem (teatro e cinema) e porventura a um novo registo discográfico.

"As músicas são despidas e reduzem-se à sua significância e essência minimalista. A fórmula normal de composição transfigurou-se: juntámos retalhos elegantes; desenvolvemos duetos de instrumentos; improvisámos de uma forma "Ab! Surda"; pequenas peças individuais de piano e guitarra suportaram todo o clima da poesia. O difícil foi mesmo a organização da estrutura musical. Os ensaios foram mais cuidados e muito mais produtivos. E agrada ver que aquelas músicas mais simples possuem uma insegurança em palco tão-só aparente. Abrem-se novas portas e consegue-se imaginar um concerto aparte daquilo quesempre fizemos até hoje, bandas-sonoras, e gravações experimentalistas em tom de estranheza e admiração. Moonjune e Intro das Waltz (Christmas in Chinatown Version) são os protótipos do estilo."

Apontamentos dos ensaios em 03-07-2004

Actualmente, abrem-se as portas do laboratório e a experimentação em palco é eminente. Enquanto estudam os contornos das próximas gravações, é com ânsia que os KAFKA pretendem regressar aos palcos, ao circuito normal de um projectoque já actuou um pouco por todo o país em festivais, Queimas das Fitas, Recepções ao Caloiro, entre outros..

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