Os GRay, podem parecer à primeira audição uma banda de tons cinza. No entanto, se continuarmos a ouvir a música que criam descobrimos no seu espectro sonoro, uma gama de cores bastante variada.
Movendo-se em campos umas vezes pop outras mais rock, os GRay são um colectivo que tem, e isso nota-se ao ouvir os seus temas, uma admiração por bandas como Radiohead e Suede, ou por um artista de nome Jeff Buckley.
Mas como os GRay já não andam nisto há dois dias, conseguem tornar os seus temas pessoais, apesar das influências que se notam. E isto nos dias que correm já é meio caminho andado para que o som da banda não caia em saco roto.
O primeiro ep dos GRay apresenta-nos 5 temas bastante adultos, fruto de um trabalho apurado na garagem e em palco. Numa altura, em que a produção nacional está em grande, existindo inúmeras bandas a gravar e a editar, torna-se urgente que os músicos pensem muito antes de pôr um disco na rua. Os GRay souberam esperar e isso é uma virtude.
De todos os temas do disco, aqueles que mais facilmente nos penetram o cérebro, são os de toadas mais pop. “On The Wire Again” e “Colder Strings” ganham assim em relação aos restantes 3 pois são aqueles que mais facilmente se cantarolam.
Estamos assim perante um disco maduro, sóbrio e bastante bem cozinhado. Os GRay, com este ep, não vêm de forma alguma revolucionar o panorama da música portuguesa. Vêm isso sim, apresentar-se como mais uma banda a ter em conta.
Quando, um grupo logo no seu registo de estreia, nos consegue dizer alguma coisa, nem que seja baixinho, isso já é muito bom sinal. Mostra acima de tudo, que a banda tem futuro.
Por isso podemos com toda a certeza afirmar que o dia de amanhã pertence aos GRay. Esteja ele pintado com que cores estiver…
Nuno Ávila
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