sexta-feira, 13 de maio de 2005

EDITORIAL

Faz sentido uma Queima assim? Faz sentido uma semana de concertos com estas bandas? No caso da Queima das Fitas de Coimbra algumas das bandas que pisaram o palco 1 fazem todo o sentido. As restantes ficam muito aquém das expectativas, tendo a agravante de serem desconhecidas da maioria, mesmo da própria Comissão organizadora. E isto, meus amigos, é "mao"!...
Quanto ao Palco RUC, as bandas que por lá passaram merecem este espaço, e mesmo que haja quem desconheça o seu nome, devemos dar um desconto, pois este palco é feito para gente que segue a música portuguesa com atenção. O Palco RUC é para gente que vai à Praça da Canção, não apenas para beber uns copos. Por isso a tenda do fundo registou noites de grande afluência. Houve momentos de grande euforia, como por exemplo o concerto dos Parkinsons.
Continua a ser difícil, perceber certas escolhas que se fazem para abrilhantar esta festa estudantil, que em algumas noites fez ter pena de outros anos em que as gentes se acotovelavam para aclamar os artistas. Ainda me lembro de ver milhares de rostos suados a aplaudir Iggy Pop. Agora, pensar numa coisa assim é quase sacrilégio.
Contratar artistas com discos prestes a sair ou saídos nos últimos dias é escolha certa. Trazer a Coimbra artistas com registos editados o ano passado é acertado. Agora pôr no palco músicos que não gravam há algum tempo já não parece tão obvio. Ou será que Pedro Abrunhosa tem disco novo? Insistir em bandas que tocaram recentemente em Coimbra mostra falta de atenção. Repetir bandas em Queimas e Latadas anos a fio demonstra falta de imaginação.
Existem tantas escolhas válidas. Onde estão por exemplo uns Wraygunn? Será que existe medo em arriscar? Será que só aquilo que é mais comercial ou que num momento de loucura vendeu melhor é que pode ter lugar?
Claro que não! Visite-se o Palco RUC para tirar as duvidas.
E mais não escrevo, para não ser acusado de estar a puxar em demasia a brasa à minha sardinha.

Nuno Ávila

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