Quando os The Ultimate Architects lançaram o EP “Elevata” a crítica apontou a banda como sendo uma fiel seguidora dos ensinamentos trazidos pelos Depeche Mode. Igualmemte, foram muitos os que escreveram que a voz de Dr. Architect, não seria a mais adequada aos sons electrónicos produzidos pela banda.
Com tempo de sobra para pensar, e com a experiência trazida por muitos concertos ao vivo, os The Ultimate Architects partiram para a gravação de “Soma” com outros olhos. Fizeram-no de forma inteligente. Souberam escolher um naipe de produtores capazes de pintar a sua música com outras cores. Armando Teixeira, João Megre e M (Luís Van Seixas) conseguem na maioria do tempo dar volta a estas e outras questões, fazendo renascer a música dos The Ultimate Architects.
Os problemas inicialmente apontados não foram de todo eliminados. Mas agora, será justo dizer, estamos na presença de uma banda muito mais adulta.
Se ouvirmos a faixa “Run” notamos que os Depeche Mode são ainda uma grande fonte de inspiração. Mas se escutarmos por exemplo “Nanorealidades”, com texto narrado por Adolfo Luxuria Canibal, vimos que a banda tenta, a todo custo, deixar para trás este fantasma que os persegue. Este disco tem um lado bastante experimental que nos remete para os sons produzidos pelos alemães Kraftwek. Por seu lado, Collision II, é um tema carregado de um ambiente bastante industrial e a faixa escondida deste cd tem uma forte batida que arruma o nosso corpo para a pista de dança. Em suma, querem ser diferentes estes The Ultimate Architects…
Quanto ao outro problema apontado, o da voz, ele é resolvido, utilizando inúmeros efeitos e uma série de pequenos artefactos que por vezes a remetem para um segundo plano. Apenas em “King” as coisas não conseguem correr pelo melhor e a voz de Dr. Architects perde algum brilho.
Por tudo isto, é justo dizer que depois de terem feito muito bem o trabalho de casa, os The Ultimate Aechitects apresentam em “Soma” um registo diferente e que voa por caminhos que já não têm apenas uma seta a indicar uma saída electro-pop.
Ainda não estamos perante o registo perfeito, mas a distância para agora lá chegar ficou muito mais curta.
Prova-se assim que afinal às vezes as críticas que vamos escrevendo podem ainda servir de estímulo ás bandas. Afinal o crítico tem um papel importante no meio disto tudo.
E se todas as bandas tivessem a inteligência dos The Ultimate Architects, para saber ler nas entrelinhas, concerteza que o mercado teria de futuro outras razões para sorrir.
Nuno Ávila
PS: Quinta-feira, no Santos da Casa a banda irá falar deste seu novo registo.
Com tempo de sobra para pensar, e com a experiência trazida por muitos concertos ao vivo, os The Ultimate Architects partiram para a gravação de “Soma” com outros olhos. Fizeram-no de forma inteligente. Souberam escolher um naipe de produtores capazes de pintar a sua música com outras cores. Armando Teixeira, João Megre e M (Luís Van Seixas) conseguem na maioria do tempo dar volta a estas e outras questões, fazendo renascer a música dos The Ultimate Architects.
Os problemas inicialmente apontados não foram de todo eliminados. Mas agora, será justo dizer, estamos na presença de uma banda muito mais adulta.
Se ouvirmos a faixa “Run” notamos que os Depeche Mode são ainda uma grande fonte de inspiração. Mas se escutarmos por exemplo “Nanorealidades”, com texto narrado por Adolfo Luxuria Canibal, vimos que a banda tenta, a todo custo, deixar para trás este fantasma que os persegue. Este disco tem um lado bastante experimental que nos remete para os sons produzidos pelos alemães Kraftwek. Por seu lado, Collision II, é um tema carregado de um ambiente bastante industrial e a faixa escondida deste cd tem uma forte batida que arruma o nosso corpo para a pista de dança. Em suma, querem ser diferentes estes The Ultimate Architects…
Quanto ao outro problema apontado, o da voz, ele é resolvido, utilizando inúmeros efeitos e uma série de pequenos artefactos que por vezes a remetem para um segundo plano. Apenas em “King” as coisas não conseguem correr pelo melhor e a voz de Dr. Architects perde algum brilho.
Por tudo isto, é justo dizer que depois de terem feito muito bem o trabalho de casa, os The Ultimate Aechitects apresentam em “Soma” um registo diferente e que voa por caminhos que já não têm apenas uma seta a indicar uma saída electro-pop.
Ainda não estamos perante o registo perfeito, mas a distância para agora lá chegar ficou muito mais curta.
Prova-se assim que afinal às vezes as críticas que vamos escrevendo podem ainda servir de estímulo ás bandas. Afinal o crítico tem um papel importante no meio disto tudo.
E se todas as bandas tivessem a inteligência dos The Ultimate Architects, para saber ler nas entrelinhas, concerteza que o mercado teria de futuro outras razões para sorrir.
Nuno Ávila
PS: Quinta-feira, no Santos da Casa a banda irá falar deste seu novo registo.
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