sexta-feira, 21 de outubro de 2005

IMAGENS PROJECTADAS

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IMAGENS PROJECTADAS


3, 4 e 5 de NOVEMBRO 2005 Sala Polivalente do Centro de Arte Moderna


Uma produção da GRANULAR com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian


3 DE NOVEMBRO


18h30 Sessão vídeo
CRÓNICA: CAN I HAVE 2 MINUTES OF YOUR TIME?


Apresentação do projecto "Essays on time?" da editora discográfica Crónica Electrónica. Os músicos envolvidos foram convidados a desenvolver composições com dois minutos de duração baseadas em sons radiofónicos. Esta é, aliás, uma homenagem à rádio, oprimeiro meio de difusão e aquele que introduziu o ruído branco e as parasitagens sonoras no universo auditivo da música que se faz desde o século XX. Cada peça inspirada na rádio é associada a vídeos de produção digital, em muitos casos de autores nacionais e estrangeiros que também têm actividade na música.

21:30 Performance

PAULO CURADO / ANTÓNIO J. GONÇALVES: SONOGRAFIAS

Projecto de António Jorge Gonçalves e Paulo Curado que explora o território de coexistência entre desenho e música num ambiente de improvisação. A utilização de placa digitalizadora + Photoshop (fullscreen mode) + projector como mediadores no desenho em tempo real possibilita uma flexibilidade naconstrução equiparável à abstração musical. O resultado são acções visuais/sonoras utilizando sistemas de pergunta e resposta e de co-habitação em universos mistos.

Intérpretes: Paulo Curado (saxofones alto e soprano, flauta), Bruno Pedroso (bateria), António Jorge Gonçalves (desenho em tempo real e projecção).

Paulo Curado situa-se, como instrumentista, na área da música improvisada.Neste contexto esteve envolvido com os projectos Shish, de que foico-fundador com José Peixoto, Plopoplot Pot, dirigido por Nuno Rebelo, Idefix, com Sérgio Pelágio, O Lugar da Desordem, trio com Bruno Pedroso e Pedro Gonçalves; As Sete Ilhas de Lisboa, com João Paulo Esteves da Silva e Bruno Pedroso, etc. Como compositor, tem trabalhado para teatro, dança, cinema de animação e música para crianças: foi, com José Peixoto e Nuno Artur Silva, co-autor de "Bom Dia Benjamim", disco e livro infantil com desenhos de Cristina Sampaio, da peça de teatro "O Estranho Caso dos SonsMarados", encenada por António Feio, e de uma série de animação realizadapor Nuno Amorim com guião das Produções Fictícias. Para teatro, compôs as músicas para as peças "Perdidos em Yonkers", "Duas Semanas com o Presidente"e "Arte", encenadas por António Feio, e "Terrorismo", dos irmãos Presniakof, e "O Amor de Fedra", de Sara Kane, com encenação de Jorge Silva Melo, entre outras. Para dança, compôs as músicas para as coreografias "Despe-te e Nada"e "Miss Liberty", de Mónica Lapa, e "Déclassé", de Amélia Bentes. É sócio da produtora de animação Animais, Lda. desde 1997, onde faz sonoplastia e édirector de som.

António Jorge Gonçalves licenciou-se em Design Gráfico pela Escola Superiorde Belas-Artes de Lisboa (1989) e fez Mestrado em Theatre Design na Slade School of Fine Art em Londres (1999), onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Leccionou no IADE (curso de pós-graduação em Banda Desenhada). A narração por imagens é o seu território favorito: desde 1978 que publica banda desenhada em jornais, revistas e fanzines em Portugal, Espanha, Françae Itália. Desenha também, desde 1994, concepções plásticas para teatro. Desde 2000 que trabalha no projecto Subway Life (www.subway-life.com) viajando em Londres, Berlim, Estocolmo, Nova Iorque, São Paulo, Tóquio, Atenas, Moscovo e Cairo para desenhar pessoas sentadas nas carruagens do Metro. Tem-se concentrado recentemente no Desenho Digital em tempo real comprojectos musicais e de dança e na peça "Conspiração" (que criou com Nuno Artur Silva). Tem vários livros publicados, entre eles "A Arte Suprema"(argumento de Rui Zink, Ed. Asa. 1997), "O Senhor Abílio" (Ed. Asa. 1999) e"A Tribo dos Sonhos Cruzados" (argumento de Nuno Artur Silva, Ed. Asa.2003).

22h30 Performance

LUMPEN TRIO + ANA BEZELGA: DOUBLING OR NOTHING


Lumpen Trio

O projecto "Doubling or Nothing" assenta na sincronização visual e sonora de tempos e percepções diferentes, introduzindo deste modo na improvisação-arte do único e do irrepetível - uma memória e uma história como elementos estruturantes sujeitos à reavaliação crítica do refazer. A uma gravação sonora e visual de um concerto sem público sucederá a apresentação públicade outro concerto, na qual o trio executará uma improvisação musical sobre o resultado do primeiro concerto, e em que a gravação visual desse primeiro concerto será projectada sobre os músicos. Deste modo, o processo de gravação, logo registo, marcação temporal de todo o processo de improvisação, se, por um lado, dispersa a sua nomenclatura, por outro, ao ser objecto de uma reimprovisação, reequaciona as margens do improviso, e da sua temporalidade diversa tanto ao nível da estrutura sonora como da construção da imagem. A natureza temporal da imagem é colocada em diálogo com a temporalidade musical, inserindo aparentes marcas de duplo, colocandoo espectador na fronteira entre o original e a repetição, e no modo como amúsica e a imagem podem desenvolver paradigmas dessa dualidade.

Intérpretes: António Chaparreiro: guitarra eléctrica; Jorge Serigado: baixo eléctrico; Miguel Sá: sampler; Ana Bezelga: vídeo.

O LUMPEN TRIO dedica-se à improvisação livre entendida como gestão de acasos e criação de acidentes. Na sua música, o esquecimento, a emoção e aintensidade, aliados a um espírito lúdico e despreocupado, têm uma função estruturante e dinamizadora. Criado em 2001 por António Chaparreiro, JorgeSerigado e Ernesto Rodrigues, o grupo tem mantido uma actividade vocacionada essencialmente para actuações ao vivo. A entrada de Miguel Sá para o lugar de Ernesto Rodrigues, para além de alterar a sonoridade global do Lumpen Trio, veio também estimular e renovar as suas propostas estéticas e musicais, mantendo, no entanto, algumas das suas premissas, cujo eco podemos encontrar nas palavras de Rui Eduardo Paes: "Uma música extremamente frágil, uma música que obriga os seus ouvintes a debruçarem-se sobre ela, mas que, paradoxo dos paradoxos, tem a intensidade, a densidade, o vigor, a exuberância e o excesso do grindcore e do death metal."

António Chaparreiro, é um improvisador e compositor autodidacta que desenvolve uma actividade musical multifacetada na qual a guitarra eléctrica é entendida como um gerador de sons, ruídos e texturas sonoras. Tem colaborado com Ernesto Rodrigues, Emídio Buchinho, Carlos Zíngaro e Nuno Rebelo, entre outros.

Jorge Serigado, trabalhou em diversas formações de diferentes géneros musicais, desde o pop-rock ao jazz. Paralelamente a projectos nestas áreas tem-se dedicado à música improvisada. Usa a liberdade fornecida por esta forma de expressão para criar paisagens musicais não-estruturadas, misteriosamente abertas, que propiciam a evasão e o auto conhecimento.

Miguel Sá é DJ, produtor e compositor autodidacta, foi membro fundador da plataforma Matéria Prima e do colectivo de música electrónicaZzzzzzzzzzzzzzzzzp! (1991-2002), em 2001 formou com Fernando Fadigas os Producers. Manipula fontes sonoras em tempo real que atravessam os territórios da "ambient music" de modo acidental, com interjeições súbitas e padrões rítmicos imprevísiveis.

Ana Bezelga é colaboradora audiovisual do MUS-E, dos Producers e da plataforma de dança Raveformance dos bailarinos Bruno Cochat e FilipaFrancisco. Frequentou a ESTC na área de cinema, concluiu o curso de Pós-Produção Audiovisual da Restart. Actualmente frequenta o curso avançadoda MAUMAUS - Escola de Artes Visuais, tendo apresentado obras nas exposições Terminal, Em Fractura (Fundição de Oeiras) - "In Spaces Between" (Fundação PLMJ); Relay - Renée Green no Kunstraum Innsbruck, Austria e em Lisboa na exposição "A Arquitectura como Qualquer Coisa de Provisório" - MAUMAUS.

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