Rui Murka
Para a semana (na quinta dia 22, e mais que confirmada!) há uma noite rara. Porque é mesmo de efeméride, de reencontro e de celebração de dez anos de Cool Train Crew. Quem dançou em Lisboa nos últimos dez anos cruzou-se com eles em noites que fizeram a diferença. Há um resumo do percurso nas Luxnews mas vale a pena lembrar que, na primeira fornada de maquinistas encontravam-se Johnny, Tiago Miranda, Nuno Rosa, Dinis, Vítor Belanciano e Rui Murka. Como é sabido, cada um seguiu o seu ritmo e, no
novo milénio sempre sob a batuta de Johnny, sangue novo manteve o comboio em marcha para novos destinos com as entradas de Riot, Lil’John, Alx e Kalaf. Todos, mesmo todos, dividem os dois andares do Lux entre si para uma noite de... festa rija!
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1) A CoolTrain Crew formou-se no final de 1995 com o intuito de atribuir visibilidade a músicas urbanas emergentes como o drum & bass ou as linguagens modernas do jazz, constituindo alternativa às expressões então predominantes do house e do tecno.
O núcleo era constituído por vários DJs do Bairro Alto, em Lisboa, todos eles conhecidos em nome individual nos dias que correm, pela sua actividade enquanto DJs, produtores ou músicos: Johnny (que ainda se mantém no colectivo); Tiago Miranda (DJ residente do Lux, membro da dupla Dezperados e músico dos Loosers); Nuno Rosa (também conhecido como Pink Boy e também membros dos Dezperados); Dinis (residente do Lux e um dos mais respeitados DJs das músicas de dança alternativas); Rui Murka
(residente da discoteca Frágil, autor de várias compilações e temas avulsos) e o jornalista e critico de música do diário “Público“, Vítor Belanciano.
Pioneiros do drum & bass em Portugal, começaram por realizar festas em locais como o «Captain Kirk», Indústria ou o «Califórnia», antes de fixarem residência no Ciclone (antigo Johnny Guitar).
Em simultâneo, alargaram os novos conceitos da música de dança a outros espaços, de Norte ao Sul do país, actuando em velhos teatros; em festivais como o Sudoeste ou Blue Spot; em grandes festas de música de dança, abrindo-as a novas sonoridades; no Miradouro do Adamastor; no Coliseu dos Recreios de Lisboa durante os Prémios Blitz de 1997 ou na Praça Sony, durante a Expo’ 98, onde foram responsáveis pela programação de uma semana de música.
2) No início do milénio o colectivo regenera-se. Johnny, Kalaf, Riot, Lil’John e Alx constituem a nova formação. O encontro de Johnny com Kalaf (voz dos 1-Uik Project, Type + Kalaf ou de temas dos Bulllet), Lil’John (dos 1-Uik Project e fusion Lab) e Riot (fusion Lab) foram coincidências que resultaram em trabalho consistente. Mais tarde entra Alx. A Cooltrain apresenta-se ao vivo com outras propostas, propondo sessões DJ com música criada pelos próprios.
Nesta segunda fase empenham-se também na produção de concertos, garantindo auto-suficiência e profissionalismo, trazendo a Portugal nomes firmados como os 4 Hero, Lemon D & Dillinja, Digital, Randall, Metalheadz, entre outros.
Em 2003 nasce a CoolTrain records, Dj Riot lança uma remistura do velho êxito dos Táxi, “Chiclete“(Chiklet RMX). O tema passa nas rádios e marca o princípio de uma digressão ibérica. O colectivo actuou em cidades espanholas, ao mesmo tempo que a nata do drum & bass espanhol veio a Portugal.
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