segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

Limbo - “Limbo” (Corpos Editora)

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Estamos perante um disco de ambientes. De ambientes calmos. São 4 faixas repousantes. Temas onde o cheiro a incenso se faz sentir.
Este é um disco pop. Poderíamos estar à espera de encontrar aqui um registo mais electrónico. Os Limbo sempre nos habituaram a isso. Os sons mais electrónicos polvilham o disco, mas de forma discreta. Dão aquele tom por vezes mais experimental a este quadro.
Estamos assim perante um registo, que pelo facto de ser cantado em francês, nos atira a memória para alguns temas dos extintos Cello. Os pianos frequentemente utilizados remetem para temas saídos de “Sweet Moods And Iterludes” dos Coldfinguer.. O lado mais calmo da música dos Limbo faz imediatamente pensar em Atomic Bees. Por seu lado, o tom mais electrónico associa facilmente os Limbo a uns Alibi.
Contudo, estamos perante um registo maduro, que nos mostra uma banda segura de si. Estamos perante 4 temas cativantes, que nos dão uma paz de espirto, tão apetecível nos dias que correm. São temas bons para misturar com a chuva. Banda sonora perfeita para tardes de inverno. Sim, porque estes temas aquecem a alma.
Sabe bem escutar sons, que correm por caminhos em busca de melodias discretas, mas sinceras. Aqui criam-se canções com C grande. Sem rodeios. Sem medo de ser banal. Apenas com os 5 sentidos apontados para o acto da criação.
E assim se pinta um quadro em que a paisagem fria da Islândia enche a tela.
Pomos o disco a tocar. Olhamos a pintura. Sentimos lá fora a chuva cair. Adormecemos com a certeza de que os nossos sonhos vão ser cor-de-rosa.

Nuno Ávila

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