Cinema com música ao vivo, em Janeiro, no Teatro Municipal da Guarda
C3 - Ciclo de Cine Concerto
Trata-se de uma oportunidade única para rever verdadeiras pérolas do cinema mudo, desta vez, musicadas ao vivo por artistas de diferentes áreas e conceitos musicais.
“Aurora” de Murnau, “Entr’acte” de René Clair, “Un Chien Andalou” de Luís Buñuel, o “Couraçado de Potemkine” de Eisenstein e “O Fantasma da Ópera” de Rupert Jullian apresentam ao vivo no TMG a roupagem musical da Orquestra Láudano, Orquestra de Percussão da Associação Cultural da Beira Interior/Kubik/ Coro Misto da Covilhã, Kubik, Luís Andrade/João Louro e, em estreiaabsoluta em Portugal, a Alloy Orchestra [EUA].
Há quem lhe atribua o título do filme mais belo e admirável da história do cinema ou até de obra prima do cinema expressionista alemão. “Aurora” de Friedrich-Wilhelm Murnau (o célebre realizador de Nosferatu) é o primeiro filme a ser exibido no âmbito do C3 – Ciclo de Cine Concerto do TMG, na próxima Terça-feira, dia 10 de Janeiro, no Pequeno Auditório. A banda sonoraé uma composição de Luís Pedro Madeira, músico e compositor dos Belle ChaseHotel e ex-membro dos WrayGunn, a interpretação é da Orquestra Láudano (Coimbra). Trata-se de uma co-produção do Teatro Viriato e do Cineclube de Viseu que este ano celebra os seus 50 anos. “Aurora” musicado ao vivo pela Orquestra Láudano estreou no passado mês de Dezembro no Teatro Viriato, em Viseu.
O C3 prossegue, no dia 12 de Janeiro, com a exibição de “Entr’acte”, no Grande Auditório. “Entr’acte” colocou o cineasta francês, René Clair na senda da arte de vanguarda. Rotulado de surrealista, “Entr’acte”, apresentauma sucessão de imagens e colagens provocadoras e descontextualizadas que despertam a curiosidade e suscitam o espanto do espectador. No TMG “Entr’acte” será musicado ao vivo, sob a direcção de Luís Cipriano, actualmente maestro titular da Orquestra Clássica da Beira Interior (Covilhã). A interpretação é da Orquestra de Percussão da Beira Interior, do Coro Misto da Covilhã com música original de Victor Afonso (a.k.a. Kubik). Este espectáculo de cine-concerto estreou em Outubro passado, na abertura doFestival de Cinema Imago, no Fundão.
Segue-se, no dia 18 de Janeiro, no Café Concerto, “Un Chien Andalou”, do realizador espanhol Luís Buñuel e do apelidado pintor louco, Salvador Dali. O cinema de Buñuel é profundamente pessoal, reflectindo a sua poderosa personalidade, que combina elementos da tradição realista com aspectos da subversão moral apregoada pelo surrealismo. Exemplo disso mesmo é “Un Chien Andalou”, desconcertante e provocador. É considerado o filme surrealista porexcelência. A exibição de “Un chien Andalou” tem como paisagem sonora amúsica original de Kubik, o músico guardense, mestre em colagens, que viu recentemente o seu segundo disco, “Metamorphosia” classificado em segundolugar na selecção portuguesa de 2005, do Jornal “Blitz”.
A 26 de Janeiro, também no Café Concerto, passa o “Couraçado de Potemkine”. Este filme de Sergei Eisenstein é, segundo a maioria dos críticos, a melhorpelícula russa da história do cinema. Eisenstein através de uma montagem rápida e efeitos nunca antes utilizados, deu a conhecer ao cinema um conceito que desde então se tornou essencial, a acção. Musicam este filme ao vivo, dois guardenses, Luís Andrade e João Louro. A música destes dois jovens artistas, ambos ligados ao “Aquilo” Teatro, tem por base aelectrónica.
A fechar com chave de ouro este C3 vai estar uma estreia absoluta em Portugal. O filme “O Fantasma da Ópera”, de Rupert Jullian vai ser musicado ao vivo pela Alloy Orchestra dos Estados Unidos da América, no dia 28 deJaneiro (Sábado). Programado para o Grande Auditório, “O Fantasma da Ópera éum dos clássicos mais arrepiantes dos filmes de terror de todos os tempos .Lon Chaney continua a fascinar como misterioso Fantasma. Esta fantástica nova edição, remasterizada, reproduz a complexa palete cromática original por via de elaborados processos de coloração, e da tecnologia experimentalde duas faixas Technicolor, como no caso da cena do Baile de Máscaras. Conjugado com esta nova banda-sonora da Alloy Orchestra, este filme mantém-se tão arrepiante como o era já há 75 anos. A Alloy Orchestra é uma colectiva de três músicos: Roger C. Miller, Ken Winokur e Terry Donahue,especialistas em “retirar” música dos mais estranhos e peculiares objectos. Esta singular orquestra surgiu com a finalidade de compor e interpretarmúsica para filmes mudos. Para além deste filme, até à data, a Alloy Orchestra já musicou mais de uma dezena de filmes mudos, entre os quais sedestacam “Metropolis”, “Nosferatu”, “O Homem da câmara de filmar” ou “Viagemà lua”.
Sem comentários:
Enviar um comentário