terça-feira, 29 de maio de 2007

EUGÉNIA MELO E CASTRO EM DOSE DUPLA




POPPORTUGAL |EDIÇÃO DIA 11 DE JUNHO


CONCERTOS DE APRESENTAÇÃO
DES CONS TRU Ç ÃO “25 ANOS DE TERRA DE MEL”
DIA 16 DE JUNHO|CENTRO CULTURAL DE BELÉM
DIA 30 DE JUNHO|CASA DA MÚSICA


POPortugal o novo disco de Eugénia Melo e Castro com edição prevista para dia 10 de Junho, é uma escolha muito pessoal e com novas roupagens de 10 temas feitos e cantados por compositores portugueses entre as décadas de 70 e 2000.
Gravado em São Paulo entre Abril e Maio de 2007, POPortugal é já o 21º trabalho discográfico de Eugénia Melo e Castro. Esta é a segunda vez que a artista dedica inteiramente um trabalho a compositores portugueses. O primeiro o AMOR É CEGO E VÊ – Canções Portuguesas, data de 1990.


POPPORTUGAL
Música a música por Eugénia Melo e Castro


SE QUISERES OUVIR CANTAR - Ouvi esta música no Festival da Canção cantada pelo autor, ToZé Brito, que na altura era um miúdo e eu uma miúda de 14 anos. Decorei a canção na hora e lembro-me da imagem e da voz dele, a canção era simples e perfeita, daquelas coisas que saem á primeira e nascem prontas e redondas. Nunca mais esqueci, nem letra nem música, e sempre a quis cantar, sempre.


ASAS - Uma música linda do Rui Reininho, (GNR), que é desde sempre o meu grupo favorito nacional, o senso de humor, a irreverência inteligente, o gozo, a abertura, gosto muito deles. E Asas é uma música linda, sempre a cantei e já fazia vocais e cantava ao volante do meu carro quando tocava no rádio, esta tinha de se !


AMOR - Sempre achei esta música dos Heróis do Mar com mil leituras possíveis, muito marcada pela interpretação deles, mas muito aberta a novas ideias. É uma canção de amor, leve e amorosa, e eu imaginei-a mais suave e melodiosa.


O SOPRO DO CORAÇÃO - Não sei quem nasceu primeiro, se a música se a letra, mas é uma perfeição esta ideia, esta letra sensacional do Sérgio Godinho, a música do Hélder Gonçalves, a voz da Manuela, a intenção, é muito difícil de reinterpretar devido á força original da composição, sem respirações e melodia muito marcada e definida. Mas num tom cool mais blues, que eu adoro. Acho que consegui trazê-la para o meu universo e interpretação. Também, quanto mais recentes são as músicas que regravei, mais se torna um desafio abordá-las de outra maneira.


ROMARIA - Os Jáfumega sempre foram originais e criativos, tentaram transportar para o pop moderno da altura os temas populares e característicos do Porto. Eu sempre lhes achei graça, tinham músicos fabulosos, era uma proposta diferente. E esta deliciosa Romaria era a minha favorita, alegre, num ambiente de festas populares que eu sempre conheci e frequentei muito, quermesses, feiras, procissões, rifas, doces, tintol, era tudo muito divertido. E no Brasil também têm essas festas iguais até hoje, são as coisas muito que mais temos em comum entre os dois países. As romarias.


PÕE OS TEUS BRAÇOS Á VOLTA DE MIM- Esta música ficou na gaveta do esquecimento, nunca saiu em Cd, e a Gabrila Shaff que prometia vir a ser uma cantora actuante, desapareceu depois de umas tentativas de sobreviver ás duras provas de se aguentar nesta profissão de cantora por estas bandas...........e eu sempre fiquei com essa música na cabeça, a letra, de vez em quando dava comigo a cantar isso, põe os teus braços á volta de mim.........sempre gostei e sempre a imaginei com outro arranjo e imagem musical.


EU SOU- As Doce eram muito engraçadas, fizeram a alegria de muitas gerações, eram ousadas e abusadas, divertidas, criativas, sem responsabilidades culturais, foram a primeira girls band de Portugal, impossível não encontrar no repertório delas uma canção para mim. Eu lembrava-me de uma que a Laura Diogo cantava sem voz, mas que era linda, sexy, embora o arranjo fosse aquela coisa..........daquela época.........esquecemos tudo, concentrámo-nos na música e na letra, e foi a que mais me desafiou, pelas características diferentes de tudo o que sempre fiz. Mas o resultado final é surpreendente, é a minha favorita deste disco, realmente as músicas que desafiam pela diferença são sempre o resultado das nossas melhores intervenções pessoais.


SE EU FOSSE UM DIA O TEU OLHAR - Confesso que esta é uma ousadia pura, mas considero-a uma composição perfeita musicalmente falando, e uma vez que era tudo quase falado, tentei cantar as falas, pelo menos dar-lhes um tom de canto. Eu penso neste disco para vôos maiores, e até também por isso se chama POPortugal. Vai ser lançado em outros países além de Brasil e Portugal, por isso escolhi esta música pelas possibilidades internacionais que ela acrescenta, com este arranjo numa linguagem alternativa hip hop soul, um subgénero do R&B contemporâneo http://en.wikipedia.org/wiki/hip_hop_soul . Eu nunca penso no aqui e agora, no AQUI neste momento, penso sempre num aqui, e num agora lá bem longe daqui, lugares, assuntos, tempo, em tudo. Este arranjo inclusive, fui eu que disse como queria exactamente, eu tinha na cabeça o som que tinha imaginado. Aliás cada vez interfiro mais nos sons que quero, nos arranjos, em tudo, é um trabalho a três mãos com o Eduardo Queiroz, duas dele e uma minha.


SONHO AZUL- Uma música deliciosa na época, mas que mais uma vez caiu no esquecimento imediato, embora todos se lembrem bem quando começam a ouvir. Este é um disco de afectos musicais. Neste disco cada pessoa vai sentir cada música de uma maneira diferente, de acordo com a sua memória afectiva, com o seu gosto na altura, com o que estava a viver e a ouvir nessa época. A Né Ladeiras tem o timbre mais bonito de sempre da música cantada em português, em Portugal, na minha opinião, uma voz diferente, adulta, quente e especial.


SOZINHA PELAS RUAS - Eu poderia gravar quase todas as músicas da Pilar, minha compositora favorita no panorama POP português, e escolhi esta por pura identificação com a letra de Tiago Torres da Silva, que na interpretação PERFEITA da Pilar soa triste e depressiva, e eu, nesta, especialmente nesta, EU quis dizer exactamente as mesmas coisas, as mesmas palavras, as mesmas notas, mas ao contrário, feliz, a rir, com vontade de ser ainda mais feliz, que é o mote geral do disco, a alegria de vez em quando, igualzinha ás possibilidades da tristeza, faz muito bem a quem canta e a quem ouve. Não a alegria da inconsequência, mas a alegria da esperança e da força que só depende da forma como nos apresentamos ao mundo, e no fundo o que esperamos que ele entenda e nos devolva.


Edição: Universal Music Portugal

Sem comentários: