O terceiro álbum dos WrayGunn, vem confirmar a banda de Coimbra como uma das mais importantes do actual panorama da música portuguesa. E confirma igualmente a banda como sendo a mais americana de todas as que pisam solo português.
Em “Shangri-La” continua bem vivo todo o amor que estes rapazes e raparigas nutrem pelo rock, pelo blues, pela soul e pelo gospel. Pegando em toda esta panóplia de referências o colectivo cria um disco que em nenhum momento cheira a naftalina. Estamos perante um conjunto de canções que busca do passado a essência que o faz mover, mas que segue o seu caminho com os olhos bem postos no futuro. Sim, do aqui falamos é de modernidade.
“Shangri-La” é um disco maduro. Criado com tempo. Pela primeira vez a banda fez um retiro para compor. Juntaram-se e cada um deu o melhor de si. Estamos perante um disco que não tem medo de se assumir. Que a cada momento traz tatuado na pele um som com cheiro a terra . Tem grandes temas rock como “Love letters from a muthrerfucka”. Tem um arrepiante tema gospel a fechar de nome ”No more, my lord”. Passa pelo dueto experimental gospel de “Rusty ways. Vai ao blues em “Just a gambling man…”. Contorna a soul em “Work me out”. E traz uma belíssima balada de nome “Hoola hoop woman”.
Um disco assim só pode ser grande. E este de facto tem tudo para encantar. Move-se em torno de uma mescla de sons, sabendo retirar de cada um o essencial para poder respirar. Paulo Furtado, homem que já pisou a paisagem americana em tour com os Tédio Boys, conhece cada recanto daquelas terras e assume aqui o papel de cientista, colocando em cada tubo de ensaio a dosa certa para que a experiência resulte. Continua a ser o grande maestro desta orquestra. Se bem que como se disse a alma dos restantes músicos esteja aqui muito mais presente.
“Shangri-La” é assim o disco que poderíamos esperar nesta altura de carreira. Um disco certeiro, que não descaracteriza o percurso da banda. Feito com os pés bem enterrados no chão. “Shangri-La” é um disco sentido, criado com amor.
Quando se nos depara a difícil tarefa de tentar perceber até que ponto este registo nos pode surpreender, ficamos quase mudos sem resposta. Sim, porque não é definitivamente essa a questão aqui. Não importa saber se este disco é melhor ou pior que os anteriores, se tem novidades ao virar de cada tema ou se a banda mostra alguma vontade de se ultrapassar.
Bastará dizer que estamos perante o novo registo dos WrayGunn. E bastará apenas isso para que tudo fique dito. E para que tenhamos a certeza de que estamos perante uma obra valiosa.
Nuno Ávila
Em “Shangri-La” continua bem vivo todo o amor que estes rapazes e raparigas nutrem pelo rock, pelo blues, pela soul e pelo gospel. Pegando em toda esta panóplia de referências o colectivo cria um disco que em nenhum momento cheira a naftalina. Estamos perante um conjunto de canções que busca do passado a essência que o faz mover, mas que segue o seu caminho com os olhos bem postos no futuro. Sim, do aqui falamos é de modernidade.
“Shangri-La” é um disco maduro. Criado com tempo. Pela primeira vez a banda fez um retiro para compor. Juntaram-se e cada um deu o melhor de si. Estamos perante um disco que não tem medo de se assumir. Que a cada momento traz tatuado na pele um som com cheiro a terra . Tem grandes temas rock como “Love letters from a muthrerfucka”. Tem um arrepiante tema gospel a fechar de nome ”No more, my lord”. Passa pelo dueto experimental gospel de “Rusty ways. Vai ao blues em “Just a gambling man…”. Contorna a soul em “Work me out”. E traz uma belíssima balada de nome “Hoola hoop woman”.
Um disco assim só pode ser grande. E este de facto tem tudo para encantar. Move-se em torno de uma mescla de sons, sabendo retirar de cada um o essencial para poder respirar. Paulo Furtado, homem que já pisou a paisagem americana em tour com os Tédio Boys, conhece cada recanto daquelas terras e assume aqui o papel de cientista, colocando em cada tubo de ensaio a dosa certa para que a experiência resulte. Continua a ser o grande maestro desta orquestra. Se bem que como se disse a alma dos restantes músicos esteja aqui muito mais presente.
“Shangri-La” é assim o disco que poderíamos esperar nesta altura de carreira. Um disco certeiro, que não descaracteriza o percurso da banda. Feito com os pés bem enterrados no chão. “Shangri-La” é um disco sentido, criado com amor.
Quando se nos depara a difícil tarefa de tentar perceber até que ponto este registo nos pode surpreender, ficamos quase mudos sem resposta. Sim, porque não é definitivamente essa a questão aqui. Não importa saber se este disco é melhor ou pior que os anteriores, se tem novidades ao virar de cada tema ou se a banda mostra alguma vontade de se ultrapassar.
Bastará dizer que estamos perante o novo registo dos WrayGunn. E bastará apenas isso para que tudo fique dito. E para que tenhamos a certeza de que estamos perante uma obra valiosa.
Nuno Ávila

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