Desconstruir. É essa a palavra de ordem. Virar o rock de pernas para o ar. Fazer o que der na real gana. Se alguém gostar tanto melhor.
Se olharmos para o panorama da música portuguesa são poucas as banda que têm este pensar. Existe uma nova gama de experimentalistas que leva esta filosofia muito a peito. Por exemplo uns Lobster. No entanto, a música dos Lobster tem uma base de composição diferente da dos The Great Lesbian Show.
Assim de repente dois nomes saltam-me à cabeça: Mler Ife Dada e Pop Dell’Arte. Bandas de um passado recente. Estes sim inovaram fora do tempo e criaram obras seminais da música nacional.
Mas verdade seja dita, os The Great Lesbian Show conseguem ser mais radicais do que estes dois grupos.
Em “You’re Not a Human Tonight”, a banda, cria um disco difícil de digerir à primeira. Porque aqui tudo vale. Assim, este é um registo para se escutar com calma. Para se ir desbravando segundo a segundo. Sons para ouvidos atentos e sem preconceitos.
Temos aqui momentos mais rock, puro experimentalismo e até alturas de quase não-música. Estamos perante um disco criado por músicos experimentados, que sabem o que fazem, e fazem assim porque lhes dá mais gozo.
Aqui nenhum tema é linear. Cada canção tem as suas nuances e pede os seus adereços para se vestir. Usam-se várias línguas. Tocam-se vários instrumentos e até não-instrumentos, como apitos. As vozes têm papel forte. Ora cantam, ora recitam, ora não cantam. Uma masculina, a de César Zembla, outra feminina a de Ondina Pires, senhora que chegou a colaborar com João Peste nos Pop Dell’Arte.
Para produzir, um músico, que também ele passa a vida a descontruir a música. Jorge Ferraz percebe perfeitamente o universo dos The Great Lesbian Show e deixa o grupo criar a sua música sem impor regras demasiado rígidas. Ficamos assim todos a ganhar.
“You’re Not a Human Tonight” é uma carta fora do baralho, na medida em que, não existem por estes lados muitas obras assim. Jorge Ferraz criou recentemente ”Africa Mecânica de Metal”, e fora isso pouco mais nos foi dado a escutar.
Daí que este disco nos faça crer que ainda existe vitalidade para a música nacional. Porque fazer mais do mesmo nem sempre é receita para vencer.
Nuno Ávila
Se olharmos para o panorama da música portuguesa são poucas as banda que têm este pensar. Existe uma nova gama de experimentalistas que leva esta filosofia muito a peito. Por exemplo uns Lobster. No entanto, a música dos Lobster tem uma base de composição diferente da dos The Great Lesbian Show.
Assim de repente dois nomes saltam-me à cabeça: Mler Ife Dada e Pop Dell’Arte. Bandas de um passado recente. Estes sim inovaram fora do tempo e criaram obras seminais da música nacional.
Mas verdade seja dita, os The Great Lesbian Show conseguem ser mais radicais do que estes dois grupos.
Em “You’re Not a Human Tonight”, a banda, cria um disco difícil de digerir à primeira. Porque aqui tudo vale. Assim, este é um registo para se escutar com calma. Para se ir desbravando segundo a segundo. Sons para ouvidos atentos e sem preconceitos.
Temos aqui momentos mais rock, puro experimentalismo e até alturas de quase não-música. Estamos perante um disco criado por músicos experimentados, que sabem o que fazem, e fazem assim porque lhes dá mais gozo.
Aqui nenhum tema é linear. Cada canção tem as suas nuances e pede os seus adereços para se vestir. Usam-se várias línguas. Tocam-se vários instrumentos e até não-instrumentos, como apitos. As vozes têm papel forte. Ora cantam, ora recitam, ora não cantam. Uma masculina, a de César Zembla, outra feminina a de Ondina Pires, senhora que chegou a colaborar com João Peste nos Pop Dell’Arte.
Para produzir, um músico, que também ele passa a vida a descontruir a música. Jorge Ferraz percebe perfeitamente o universo dos The Great Lesbian Show e deixa o grupo criar a sua música sem impor regras demasiado rígidas. Ficamos assim todos a ganhar.
“You’re Not a Human Tonight” é uma carta fora do baralho, na medida em que, não existem por estes lados muitas obras assim. Jorge Ferraz criou recentemente ”Africa Mecânica de Metal”, e fora isso pouco mais nos foi dado a escutar.
Daí que este disco nos faça crer que ainda existe vitalidade para a música nacional. Porque fazer mais do mesmo nem sempre é receita para vencer.
Nuno Ávila
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