Paulo Praça é já um veterano do circuito rock nacional. Mas ouvindo-se o seu novo álbum, «Disco de Cabeceira», até parece que é um cantor, compositor e instrumentista em início de carreira, tal é a frescura, a originalidade e a surpresa que este disco tem lá dentro. E, de alguma maneira, assim o é: um álbum de início de carreira, pelo menos o início da carreira a solo de Paulo Praça, o mesmo Paulo Praça que passou por alguns dos mais importantes grupos portugueses - de Ulisses Cobarde e Os Heróis na segunda metade dos anos 80 aos seminais TurboJunk.i.e, na década de 90, e dos Grace aos soberbos Plaza, já neste século. E o som de Paulo Praça, a solo, apesar de ter pontos de contacto com alguns dos projectos anteriores - não está lá o lado electrónico dos Plaza, embora estando lá a folk, o rock psicadélico, o stoner rock, a alt.country, os blues e até... a bossa-nova e alusões aos Clash ou aos Beatles - é um som novo e muito bem-vindo na sua carreira, cantado em português e do bom!, que é urgente conhecer em concerto.
Depois dos TurboJunk.i.e, dos Grace, dos Plaza, de colaborações com os GNR, com os Três Tristes Tigres e com os Sequóia, o génio irreverente de Paulo Praça lança-se numa nova aventura: a sua carreira a solo, em que assume as vozes, parte dos instrumentos e a composição musical, elegendo como parceiro para as letras Valter Hugo Mãe - poeta reconhecido e respeitado que faz questão que o seu nome seja escrito em minúsculas e, muito mais importante que este pormenor, o vencedor do Prémio José Saramago em 2007 -, um valioso acrescento de qualidade neste trabalho. Produzido por Paulo Praça e Mário Barreiros - também ele um dos mais estimados produtores nacionais -, «Disco de Cabeceira» foi editado em Março de 2007 pela Som Livre, tendo sido dele extraídos os singles «Diz a Verdade» - um enorme sucesso de rádio - e «A Princesa Que Não Quis Ser Salva» (dueto com Ana Deus, co-autora da letra juntamente com Valter Hugo Mãe). Ao vivo, Paulo Praça é acompanhado pelos Bons Rapazes.
http://www.paulopraca.com/
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