segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

The Profilers - “Swing” (Boom Studio)



A imagem mais forte que me surge depois de escutar “Swing", o EP que os The Profilers gravaram por terem ganho o XIII Festival de Música Moderna de Corroios em 2008, é a dos saudosos Belle Chase Hotel. Não quero com isto dizer que os The Profilers copiem por a mais b o extinto projecto de JP Simões. O que é no entanto inegável, é que os 6 temas de “Swing”, partem de onde já partia a música dos Belle Chase Hotel. Vão beber à mesma fonte uma água fresca e límpida que os faz respirar. Ambos os projectos revestem a sua arte de um glamour que nos toca o coração.
Tal como a banda de Coimbra, os The Profilers, deixam-se apaixonar pelo rock, pelo blues, pela bossa nova, pelo jazz, club e pelo cabaret. Nomes como, por exemplo, os dos músicos Kurt Weill, Tom Waits e Chico Buarque e o de cineastas como Tarantino ou Rodriguez, estão estampados na suas canções.
Mas como já tinha dito, o som dos The Profilers, diverge bastante do dos Belle Chase Hotel. Os The Profilers, pegam em toda esta panóplia de influências e dão-lhe um ar muito mais rock. As suas canções, que nasceram a preto e branco, como os próprios afirmam, têm vindo a ganhar tons vermelho e púrpura. Eles sabem que, “a música que fazem cheira como o interior de um guarda-fatos antigo, sabe a bourbon e a cigarros(…)”. Eles assim o querem… Contudo aqui e acolá a banda não se coíbe de imprimir alguma modernidade ao seu reportório
É por tudo isto que o som desta banda nos cativa. Por nos trazer um passado que já poucos nos oferecem desta forma. Os The Profilers enchem-nos as medidas, pois sabem colocar-se no presente e oferecer-nos o ontem em fotos que já ganharam cor, mas que guardam ainda um aroma a violeta.
E por fim, tinha que ser dito, uma voz como a de San, prende o olhar de qualquer um, e faz com que tenhamos obrigatoriamente de escutar as canções dos The Profillers. Ela tem de facto umas cordas vocais fora do comum, e com isso faz a música da banda ganhar enorme charme.
Uma das grandes vitórias deste EP, é o facto de as suas 6 canções voarem leves e descontraídas rumo ao nosso corpo, em grande parte por não se perdem em muitos rodriguinhos. Vivem de arranjos simples e certeiros, ajudadas por uma produção eficaz.
E assim, aqui temos nós um disco e uma banda a não perder de vista.
A porta do cabaret abriu-se. Ocupem uma das cadeiras…


Nuno Ávila

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