segunda-feira, 1 de junho de 2009

d3ö - “Exposed” (Subotnick Enterprises)





Duas guitarras. Uma bateria. Uma voz. Está montada a catedral do rock. Em Coimbra. Toni, Miguel e Tó Rui, de volta ao activo depois de três EPs. Agora em formato longo.
O regresso confirma que o trio tem rock nas veias. Voltam a brindar o povo com um registo onde o velho rock, o garage, o punk, o rockabilly e o blues se cruzam e nos dão um quadro sujo, onde o pó da estrada que se infiltra na garganta nos obriga a um trago de rum.
“Exposed” oferece ao ouvinte um som sem artefactos. Melodias que se querem pouco limpas, porque o rock se deve servir mais bruto. E isso, felizmente, a banda dá-nos em doses maciças. Porque tanto eles, como quem com eles trabalhou, percebeu que para se ter um grande disco não tem obrigatoriamente de se maquilhar a rodela em demasia.
E por isso, em “Exposed” os ingredientes são nos servidos cara a cara. Este é um rock directo, que não esconde donde vem, e que afirma qual o caminho que quer seguir.
São directo os d3ö. Enérgicos. Sentem a urgência do momento. E por isso atiram-se a canções que nos acertam em cheio e nos deixam agradavelmente zonzos.
Sem ser o disco do futuro, este é o disco que nos dá muito gozo ouvir hoje. Registo coerente, que reafirma o trio de Coimbra como um dos que melhor sabe tratar o rock. E por tu…
Simples. Discreto. Este é um registo para se ir descobrindo aos poucos. Um disco a preto e branco. Cores que pintam este quadro na perfeição.
Mas quem disse afinal que o rock tem muitas cores? Estaria com certeza enganado… Ou distraído…

Nuno Ávila

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