A partir de 16 Novembro disponível para o público.
4 Dezembro Concerto de Apresentação na Galeria Zé Dos Bois.
Enquanto fundador e responsável pela editora Merzbau (uma das pioneiras no registo net-label em Portugal, e casa que descobriu nomes como Lobster, B Fachada, Noiserv, Frango ou Walter Benjamin), Tiago Sousa mostrou sempre uma atenção à novidade e um posicionamento sem fronteiras de estilo ou de linguagem. A Merzbau, entretanto extinta, cumpriu com sucesso a sua missão – Noiserv já chegou ao Coliseu de Lisboa, B Fachada, integrado entretanto na família Flor Caveira, já chegou a todo o lado.
Chegamos a "Insónia", terceiro álbum na discografia de Tiago Sousa - editado pela alemã Humming Conch. Álbum que vive quase exclusivamente do piano, com aparições de bateria ou de clarinete, cortesia dos músicos convidados João Correia e Ricardo Ribeiro. Insónia, gravado no início deste ano por Geoffrey Mulder e masterizado pelo músico Taylor Deupree, conhecido pelo seu trabalho na editora 12 Rec, é, simultaneamente, o disco que esperava (ou que se esperava de) Tiago Sousa, mas é também uma surpresa. É, por um lado, o culminar do trabalho que Tiago tem vindo a apresentar, mas é também uma surpresa na medida em que nada parecia, de certo modo, poder prever um disco tão conseguido na sua força emocional. A segurança das suas deambulações marcadamente impressionistas com ecos de Debussy ou de Chopin e o savoir-faire que faz de pequenas e simples melodias hinos acabados de meditação e recolhimento mostram que este é um disco nocturno, sim, mas com um vigor matinal que se materializa na propulsão imparável de um tema como Passos, e se pressente nos andamentos do single Folha Caduca ou do tema de abertura Movimento.
Tiago Sousa, compositor, multinstrumentista e gestor de talentos na entretanto extinta netlabel Merzbau, tem no seu terceiro álbum "Insónia" um passo de gigante. Passo esse que tem a medida da telepatia apurada entre o piano, guitarras e órgãos de Tiago e a percussão de João Correia.
Parte do método que acompanha Tiago Sousa transparece na sua barba. Sem desvios ou estilizações que provoquem muito alarido, a barba cresce e, a seu tempo, alcança o tamanho certo. Independentemente do trabalho que possa ter exigido (e deve ter sido muito), Insónia soa ao disco que esperava Tiago Sousa muito mais do que a um álbum esforçado. Depois de aperfeiçoadas ao longo dos últimos e intensos anos, a segurança nas deambulações pelo piano (a luz) e a capacidade de arrancar testemunhos sombrios aos órgãos (o breu) desaguam na lagoa comum de Insónia, tal como uns meses de paciência contribuem para uma barba convicta da sua ciência.
Entre a Noite e o Crepúsculo, o relógio de Insónia permanece entre as 4h e as 7h da manhã.É esse o período de vigília mais propício a confissões e à camaradagem de quem resiste ao sono relatando episódios passados (o piano da faixa “Insónia” parece interromper um bloqueio de anos). Tiago Sousa conta o conto, e João Correia acrescenta o ponto.
As liberdades e explorações perpetuadas em Insónia asseguram o lugar de Tiago Sousa entre os nomes de maior relevo da música experimental nacional (e desbastam caminho pelo panorama europeu). Mais importante que isso Insónia faz da sua posição marginal uma qualidade palpável.
Próximos Concertos;
4 de Dezembro, Galeria Zé Dos Bois - Apresentação de Insónia; convidados: João Correia, Ricardo Ribeiro, Baltazar Molina
5 de Dezembro, Auditório S.O.M., Marinha Grande
www.tiagosousa.org (on line em breve)
www.myspace.com/tiagosousa
www.hummingconch.net
Eis-nos em 2009. A Merzbau chega ao fim com a sensação de dever cumprido. Tiago Sousa, entretanto, assume uma surpreente carreira a solo, com os discos "Crepúsculo", "Noite", e "The Western Lands". Supreendente, porque, apesar de assinalada abrangência estética que demonstrou enquanto editor, nada indiciava a direcção que a sua própria música tomava. Longe da pop de Noiserv, de B Fachada, dos Jesus, The Misunderstood ou de Mariana Ricardo, mas igualmente nos antípodas do experimentalismo dos Frango ou do rock ruidoso e musculado dos Lobster ou Lemur, a música de Tiago Sousa reflecte a referência de figuras de vulto na música erudita, assumindo, porém, um médodo criativo guiado pela intuição e pela espontaneidade. As emotivas e simples melodias que nesses discos desenhou, sobretudo ao piano, evocam não tanto a sua vivência desse notável caldeirão que é a música portuguesa facção indie ou experimental dos últimos 5 anos, mas muito mais a descoberta de mestres da música moderna e contemporânea, como Erik Satie, Terry Riley, Robbie Basho, Federico Mompou, ou Olivier Messiaen, e a leitura das obras marcantes dos prolíficos escritores da geração Beat, dos testemunhos políticos de H.D. Thoreau e dos Situacionistas e da distante filosofia oriental.
Chegamos a "Insónia", terceiro álbum na discografia de Tiago Sousa - editado pela alemã Humming Conch. Álbum que vive quase exclusivamente do piano, com aparições de bateria ou de clarinete, cortesia dos músicos convidados João Correia e Ricardo Ribeiro. Insónia, gravado no início deste ano por Geoffrey Mulder e masterizado pelo músico Taylor Deupree, conhecido pelo seu trabalho na editora 12 Rec, é, simultaneamente, o disco que esperava (ou que se esperava de) Tiago Sousa, mas é também uma surpresa. É, por um lado, o culminar do trabalho que Tiago tem vindo a apresentar, mas é também uma surpresa na medida em que nada parecia, de certo modo, poder prever um disco tão conseguido na sua força emocional. A segurança das suas deambulações marcadamente impressionistas com ecos de Debussy ou de Chopin e o savoir-faire que faz de pequenas e simples melodias hinos acabados de meditação e recolhimento mostram que este é um disco nocturno, sim, mas com um vigor matinal que se materializa na propulsão imparável de um tema como Passos, e se pressente nos andamentos do single Folha Caduca ou do tema de abertura Movimento.
Tiago Sousa, compositor, multinstrumentista e gestor de talentos na entretanto extinta netlabel Merzbau, tem no seu terceiro álbum "Insónia" um passo de gigante. Passo esse que tem a medida da telepatia apurada entre o piano, guitarras e órgãos de Tiago e a percussão de João Correia.
Parte do método que acompanha Tiago Sousa transparece na sua barba. Sem desvios ou estilizações que provoquem muito alarido, a barba cresce e, a seu tempo, alcança o tamanho certo. Independentemente do trabalho que possa ter exigido (e deve ter sido muito), Insónia soa ao disco que esperava Tiago Sousa muito mais do que a um álbum esforçado. Depois de aperfeiçoadas ao longo dos últimos e intensos anos, a segurança nas deambulações pelo piano (a luz) e a capacidade de arrancar testemunhos sombrios aos órgãos (o breu) desaguam na lagoa comum de Insónia, tal como uns meses de paciência contribuem para uma barba convicta da sua ciência.
Entre a Noite e o Crepúsculo, o relógio de Insónia permanece entre as 4h e as 7h da manhã.É esse o período de vigília mais propício a confissões e à camaradagem de quem resiste ao sono relatando episódios passados (o piano da faixa “Insónia” parece interromper um bloqueio de anos). Tiago Sousa conta o conto, e João Correia acrescenta o ponto.
As liberdades e explorações perpetuadas em Insónia asseguram o lugar de Tiago Sousa entre os nomes de maior relevo da música experimental nacional (e desbastam caminho pelo panorama europeu). Mais importante que isso Insónia faz da sua posição marginal uma qualidade palpável.
Nasceu em 1983 numa manhã chuvosa de Outubro e sempre dedicou a sua vida à música. Na adolescência resgatava o dinheiro dos almoços para comprar discos e daí até formar a primeira banda foi um passo natural. Depois de passar pela Escola de Jazz do Barreiro para estudar guitarra jazz, desiludiu-se com os caminhos académicos da música. Formou os Goodbye Toulouse e fez parte dos colectivos Jesus, the Misunderstood e Sapien Sapiens. Simultâneamente, criou a Merzbau, uma das primeiras e mais prolíficas netlabels portuguesas.
O interesse rehabilitado por retornar aos ensinamentos de infância materializou-se num piano vertical cor de madeira plantado no quarto. A omnipresença do instrumento foi determinante na sua vida desde então. Ao piano gravou "Crepúsculo" em 2006 e " Noite/Nuit" em 2007, pela Merzbau, e o aclamado "The Western Lands" em 2008, pelo signo alemão Resting Bell. Partiu de The Western Lands para a Europa e durante um mês percorreu de comboio vários países para dar a conhcer o disco. Também a propósito de "The Western Lands" partilhou palcos com Shannon Wright, Vic Chestnutt e Paul Metzger.
Neste seu percurso acidentado alimentou sempre um lado de activismo musical, organizando consistentemente concertos daqueles em que acreditou e criando laços fortes com o festivais Out.fest e Barreiro Outras Músicas.
Neste seu percurso acidentado alimentou sempre um lado de activismo musical, organizando consistentemente concertos daqueles em que acreditou e criando laços fortes com o festivais Out.fest e Barreiro Outras Músicas.
Próximos Concertos;
4 de Dezembro, Galeria Zé Dos Bois - Apresentação de Insónia; convidados: João Correia, Ricardo Ribeiro, Baltazar Molina
5 de Dezembro, Auditório S.O.M., Marinha Grande
www.tiagosousa.org (on line em breve)
www.myspace.com/tiagosousa
www.hummingconch.net
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