terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

The Poppers – “Up With Lust” (Rastilho Records)





Um vinil? Um CD? Sim, um dois em um. Um dualdisc. Assim nos é apresentado o segundo trabalho dos The Poppers.
Primeira conclusão simples, a tirar, após uma primeira audição, é que apesar de este ser um disco mais rock, os The Poppers continuam a vincar aqui todo o seu grande amor pelos anos 60 e pelo movimento mod. Neste segundo trabalho, está igualmente bem patente a aprendizagem colhida da repetida audição de bandas como os The Who ou Rolling Stones. Um estudo cuidado, que leva os The Poppers a absorver o melhor desta cultura, para nos darem um trabalho muito seu e com quilos de modernidade, culpa de um som que se regista hoje de outra forma, porque são também outras as máquinas de gravação.
E o que nos leva a escrever que este é um disco mais rock, que o primeiro? Por exemplo a escuta quase a abrir de temas como “You And Other Side”, “Ace Face Gang” ou “Bohemian Discipline”. Já o single “Drynamilll” que nos chegou às mãos o ano passado deixava antever um disco mais a abrir.
Contudo, os The Popper oferecem-nos aqui outros belos momentos, que nos levam a outras paragens. ”A Bit Of Heartbeat” é uma doce melodia pop, que inclina o coração da banda para outro dos seus grandes amores: os The Beatles.
E mais exemplos aqui se poderiam apresentar. Todos eles nos serviriam para mostrar que os The Poppers são um grupo com um caminho já muito bem trilhado e que por algum momento se afastam da sua linha orientadora.
A banda cria mais uma vez excelentes pedaços de música, onde as guitarras se misturam com a voz de Luís Raimundo, que por sua vez em muitos momentos se agrupa à dos restantes elementos, trazendo a palco os coros que tão bem embelezavam os êxitos de outros tempos. Temos ainda neste conjunto, um baixo e uma bateria que cumprem o seu legado, dando corpo a um som que sem ser demasiado maquilhado, não se quer de todo bruto. E a produção final consegue esse equilíbrio na perfeição.
“Up With Lust” é assim um registo à MODa antiga, que sabe bem escutar neste presente. A acentuar esta nostalgia saudável, o vinil, que nos volta a dar o prazer de ouvir musica usando o tacto.


Nuno Ávila

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