Galandum Galundaina
De Miranda do Douro para Lisboa.
A tradição cantada em mirandês.
14 anos de vida fazem toda a diferença.
Prestação de grande nível.
Aqui a tradição ainda é o que era.
Músicos de gabarito, preenchem o palco.
Acabaram por ser uns justos vencedores.
O Experimentar Na M’Incomoda
O tradicional reinventado. Com muito experimentalismo.
Aqui mistura-se uma batida de dança, com guitarras eléctricas, contrabaixo, xilofone, didjeridu e vozes.
Foi enorme a participação de Zeca Medeiros.
Projecto a dar os primeiros passos e por isso os nervos a prenderem os movimentos.
Os O Experimentar Na M’Incomoda são só um. De raiz açoriana. Sempre com vozes dos Açores.
Em palco a tecnologia ficou mais resguardada dando lugar ao analógico e a músicos em tempo real.
Arriscou-se e se calhar por falta de mais preparação deslizou-se um pouco.
Contudo, o projecto que melhor soube trazer à memória João Aguardela.
Merecida menção honrosa.
Bandarra
Os menos tradicionais.
Mais pop e menos tradição.
Contudo, por vezes a beber inspiração num tradicional que nem sempre é o nosso.
Anda por estes sons algum leste.
Concerto bem disposto.
Músicos competentes, oferecem uma música que vive de alguma ironia.
Valeu sobretudo pela entrega colectiva.
Do Faial chegou a banda mais deslocada do conceito destes prémios.
Manuel Cruz
O músico do Porto foi o padrinho desta primeira edição.
Em palco fez-se acompanhar dos Foge Foge Bandido.
Prestação curta mas muito intensa.
Pop toda ela muito experimental.
Instrumentos normais e menos normais.
Valeu tudo. Desde baldes a assobios e a latinhas.
Por vezes a lembrar a banda sonora de um desenho animado.
Manuel Cruz tem um talento enorme.
Para além do prémio musical foi entregue o prémio missão ao realizador Tiago Pereira. Tiago Pereira tem tido um trabalho exemplar na divulgação em imagens da nossa tradição, misturando-as muitas vezes com um lado mais urbano. Nos seus documentários, e como disse, mesmo sem conhecer pessoalmente João Agurdadela, Tiago transporta para a tela o conceito com que o João pintou as suas músicas. Tiago tem contribuído de forma salutar para criação de um novo conceito de tradicional. Tiago Pereira é acima de tudo um experimentador.
Nota final:
Excelente iniciativa. João Aguardela merece, ser recordado e homenageado. Deixou um legado importante. Foi arrojado. Reinventou. Sem medo. Modernizou.
Quanto a estes prémios e se na telas se lia ”Música Para Uma Nova Tradição”, terá de ser forçoso rever os critérios de selecção e de admissão de bandas.
Júri:
José Mariño :: Director de programas da RDP
Luis Varatojo :: Músico
Manuel Halpern :: Jornalista do Jornal de Letras, Visão e Expresso
Pedro Gonçalves :: Crítico de Música da Time Out
Ricardo Alexandre :: Jornalista da RDP
Rui Lage :: Escritor
Sérgio Xavier :: Radialista Rádio Universitária do Minho
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