Alto e pára o baile! Escutem com atenção. Temos banda, já o sabíamos. Temos agora em mãos um grande disco. Um trabalho cozinhado por músicos com quilómetros de rock nas pernas e todos eles com experiências noutros grupos, tais como Green Machine e Black Bombaim. São eles: João Pimenta na percussão e voz, Bruno Costa na guitarra e voz, Ricardo Miranda na guitarra e teclas, Tiago Silva no baixo e voz e Paulo Serna na bateria. Vindos de onde? Barcelos, pois claro!
Falamos de rock ao falar de ALTO!. Mas de que rock? Em primeiro lugar do garace. Em segundo do rock psicadélico, que aqui brota por via de um teclado muito presente.
Aqueles que conhecem a excelente caixa de quatro CD’s editada pela Rhino denominada “Nuggets - Original Artyfacts From The First Psycadelic Era - 1965 - 1968”, percebem perfeitamente do que estou a falar. Falo de um rock directo e não muito arquitectado. Um rock cru, que a espaços é aconchegado pelos teclados.
A opção de gravar este disco em tempo real torna-o muito mais directo. Um disco que assim pode subir facilmente aos palcos sem perder a sua vitalidade e força.
Estamos assim perante um grupo que busca no melhor do rock a força para criar uma musica que nos acerta em cheio no corpo.
“ALTO!” é um disco sem espinhas, embalado de forma singular e que deve ser fruído em volumes de som elevado. Temos é um problema, pois esta musica cola-se a nós de uma maneira que se torna difícil livrarmo-nos dela.
São 10 temas frenéticos, onde a meio a banda tenta uma produção ligeiramente diferente, camuflando um pouco mais a voz de João Pimenta. Mas no geral o disco não perde brilho nem coerência.
E são discos assim, frontais, feitos com suor, que nos encantam. Por isso toca a transpirar ao som de “Alto!”. É mesmo difícil ficar parado!
Nuno Ávila
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