segunda-feira, 17 de setembro de 2012

:Papercutz - “ The Blur Between Us” (Rastilho Records)


















Bruno Miguel iniciou este seu percurso pela musica em 2005. Em 2012 os :Papercutz atingem um estado de graça, que nos leva a afirmar que este “ The Blur Between Us” é sem duvida o seu melhor trabalho de todos quantos já editaram até à data. Um autentico diamante em bruto.
Gravado a meio caminho entre Portugal e os Estados Unidos, este é um registo que tem por base a electrónica. As máquinas estendem uma toalha de fino linho à bonita voz de Melissa Veras, sendo igualmente adornadas por um lado mais analógico, servido por alguns instrumentos mais acústicos, como por exemplo o violino, o violoncelo, o trombone, a tuba ou a trompa. Uma coexistência perfeita, que adoça esta pop ambiental de forma sublime.
Estamos perante um som que nos remete para os anos 90 essencialmente, sem esquecer parte dos 80. Podemos falar aqui de algumas semelhanças com uns Dead Can Dance menos medievais ou embutidos nas rotas da musica do mundo, que não estaremos a exagerar. Depois vem-nos à memória uma certa darkwave que explodiu nos anos 90, pela mão de editoras com a Hypirium Recods ou a Projekt Records.  Bastará escutar as deliciosas compilações Heavenly Voices, para se perceber do que falamos. E ainda pingam deste som, algumas gotas de um certo neo classicismo, trazidas por instrumentos que ligamos a grandes orquestras.
Produzido por Chris Coady (Beatch House, Yeah Yeah Yeahs, TV On Radio) e Bruno Miguel, e gravado no famoso estúdio ”The Carriage House”, onde os Pixies registaram “Doolittle”, este novo disco dos :Papercutz, em boa ora nos apresenta um lado mais negro que o seu antecessor.
Rodeando-se sempre de excelentes colaboradores, Bruno Miguel tem sabido conduzir este seu projecto de forma hábil, criando disco após disco novas sensações no ouvinte.
Depois de ter saído na América, dia 24 esta obra chega a Portugal, pela mão da Rastilho, dando a escutar um som que não tem muita concorrência por estes lados.
Será um pecado deixar escapar este trabalho. Um disco perfeito para quem gosta de sons mais etéreos.

Nuno Ávila

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