Este é sem sombra de duvida o trabalho mais consistente de Bruno Lopes. Sem perder a sua identidade o músico oferece-nos um registo muito mais amadurecido. Percebe-se facilmente que o numero de amigos que participa no disco e a quantidade de instrumentos usados lhe confere logo uma outra cor. Para além do Bruno que canta, toca guitarra acústica, guitarra national, resolectric, harmónica e banjo, participam ainda nestes seis temas, Diogo Cortez no bandolim, David Martins no piano, órgão e baixo, Pedro Oliveira na bateria e precursões, Ricardo Fernandes no baixo e Fernando Amorim na guitarra eléctrica, guitarra cigar box e guitarra slide. Depois a enorme vantagem de gravar no mesmo estúdio de sempre, o AMP em Viana do Castelo, ao lado do cúmplice Paulo Miranda. Só pontos a favor.
O disco abre com um blues, e segue viagem com cinco melodias de inspiração folk. Meia dúzia de temas, desta vez muito mais compostos e muito mais agasalhados. São canções que denotam a grande paixão que Bruno nutre por Bob Dylan.
Assim e a frio, dizer que o que aqui temos não sopra novidade. Não reluz ouro. O que aqui temos é prata bem areada. Estamos perante um registo que cumpre. Está bem tocado, bem gravado e não quer ser mais do que aquilo que é. Despretensioso. Sincero.
E já nos podemos dar por contentes por haverem músicos que criam sons que por minutos nos fazem alhear daquilo que nos rodeia. O nosso espírito agradece.
Por isso passem os ouvidos por este desassossego e entrem nesta floresta pintada de Outono.
Nuno Ávila

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