segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Nicotine’s Orchestra - “Gipsycalia” (Hey Pachuco/Experimentáculo)


















Sem perder o seu estatuto de homem do rock, Nick Nicotine apresenta-nos um disco diferente. Um registo em que os pontos de contacto com o passado são ainda visíveis aqui e ali, mas que sobretudo nos apresenta um futuro sorridente e um presente bastante seguro.
Em “Gipsylandia” o músico transforma o seu projecto de one man band, num grupo à séria. Rodeia-se de uma quantidade de artistas para gravar as suas músicas. E isso faz toda a diferença. Deixamos de ter, aqui, um som mais despido e cru, para sermos presenteados por onze canções bem aconchegadas. E isso permite também ao cabecilha do projecto abordar a sua criação de uma outra forma. Destaque maior para a participação de Marcelo Camelo em “Tropic Of Capricorn”
Se em tempos passados era o blues a grande linha condutora do som de Nicotine’s Orchestra, com o desenrolar dos tempos, os álbuns que nos iam chegando aos ouvido, traziam dentro uma gama de outras cores que denotavam já uma vontade de abrir horizontes.
Ora, o que de facto mais nos seduz em “Gipsylandia” é essa vontade assumida de mudar. Está lá o blues em dozes mais curtas, mas está lá também o rock’n’roll, estão lá os anos 50, e mesmo a espaços um cheiro a sons vintage. Em suma estão lá belíssimas canções, algumas delas repletas de um glamour que nos derrete o coração.
Podemos então dizer que este é de facto o disco maior de toda a carreira de Nicotine’s Orchestra. Um disco de um músico adulto, que soube gerir a sua carreira de forma segura até dar o grande passo em frente. Um passo tão  seguro, que faz deste um disco tremendo, repleto de pontos de interesse. Nada aqui se desperdiça.
São discos assim que nos fazem sorrir, e perceber que o rock está cada vez mais vivo. Nick Nicotine, conduz esta sua orquestra com firmeza, interligando todos quanto a ela dão corpo, tornando-a una, com o firme objectivo de que todos possam contribuir para tão nobre causa.
Causa essa que foi aqui a criação desta bela obra. Por isso, resta agradecer, e voltar a colocar o dedo no play. Dá um gozo tremendo escutar este disco.

Nuno Ávila

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