Teatro Municipal da Guarda I 6 de Abril 2013 I 21h30
Circo mediático circo poético, circo musical. As palavras fundem-se com a música (e vice-versa) numa viagem caleidoscópica que atravessa convenções de estilo e dinamita regras de bom comportamento. A arena do circo é abrilhantada por narrativas, contos e poemas "postos em voz" por Américo Rodrigues e o espectáculo musical assegurado por Victor Afonso e César Prata. A espiral de palavras encontra conforto – e confronto – com os sons à volta, mediatizando a palavra como arma de arremesso.
Circo Mediático é uma proposta que junta a palavra dita e a música interpretada ao vivo, numa relação que propõe novas formas de diálogo entre ambas as expressões. Este projecto almeja conjugar a essência da mensagem oral com a música, numa experiência emocional (e sensitiva) que se pretende arrojada e marcante.
Victor Afonso
Inventou o nome geométrico “Kubik” para as suas desvairadas criações musicais e com ele ganhou a atenção da imprensa especializada, de Mike Patton e da própria mãe que o interroga sistematicamente porque é que não ganha dinheiro a fazer música. Já fez música para teatro, cinema mudo e colaborou com outros músicos, sempre na procura desmiolada da originalidade e do cruzamento de estilos. Em tempos idos tocou guitarra num grupo rock alternativo cujo nome, imagine-se, era em latim: Nihil Aut Mors. Criou algum culto à custa disso. Também é um apaixonado pelo cinema (e pela música do cinema) e até dizem que é parecido com o realizador norte-americano Woody Allen (não no talento, mas na aparência física). Não se pode ter tudo…
César Prata
É oriundo das terras de Bandarra (sim, Trancoso) e durante anos vagueou em diversas associações e colectividades no âmbito da recolha do património imaterial. Depois virou-se para projectos mais materiais, como foram os projectos Chuchurumel e Assobio, nos quais se destacou como criador, compositor e arranjador. Arranjou ainda tempo para assumir a direcção musical de diversos espectáculos, editar discos, compor para teatro e publicar cadernos sobre tradição oral. Ah, a sua área predilecta de actuação move-se no território da música de raiz popular e tradicional, ainda que nos últimos anos tenha feito um, digamos, “upgrade” para a electrónica. Não é para dar um toque de modernice, é mesmo porque acha que ela (a electrónica) lhe oferece novas possibilidades estéticas.
Américo Rodrigues
No melhor sentido da expressão, Américo Rodrigues é já um dinossauro da actividade cultural da Guarda. Cidadão e artista interventivo, espírito combativo e libertário, andou anos e anos a fazer um trabalho que só agora começa a ser valorizado: programador cultural. Como criador e artista, tem escrito poesia e faz teatro desde criança (a encenar textos irrepresentáveis). Tem sempre umas 478 ideias criativas a fervilhar ao mesmo tempo na sua cabeça. Também editou vários discos. O seu ATL foi uma pequena tipografia de caracteres móveis. Costuma falar em voz alta. Poeta do som e da letra. Interessa-se pela poesia escrita mas também pela poesia oral. Editor marginal e blogger controverso. Tocador de trombone de aboboreira e de máquinas de trilhar papel. Não é músico mas gosta de dialogar com músicos.
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