segunda-feira, 29 de abril de 2013

Stereoboy - “Opo” (PAD)




















Ao escutarmos os primeiros minutos deste novo trabalho de Steroboy somos levados a crer que existe aqui uma vontade de fazer diferente. O disco começa com “Loa ao Porto” um tema de spoken word em que Adolfo Luxúria Canibal recita um texto de António Manuel Couto Viana sobre o Porto. Segue-se “Broken Glass” um canção a pender mais para o rock. E quando somos levados a crer  que Luís Salgado  estaria com vontade de nos ofertar uns Stereoboy renovados, eis que mergulhamos num mundo de canções pop como só eles sabem escrever. O mundo dos Stereoboy é este e não há que dar a volta ao texto.  Só ao fechar com “Deep Space Love” se volta a fazer diferente. Um tema de pendor mais ambiental que conta com a participação de Blac Koyote.
O miolo deste “Opo” faz-se então de belas canções pop, em que Luís Salgado estende um tapete vermelho, onde a electrónica reina, à bonita voz de Sofia Arriscado. Como resultado voltamos a ter aqui um disco de ricos ambientes, que nos aquecem a alma, onde a experimentação  aparece aqui e ali, a dar um toque algo diferente a algumas canções. Mas sem nunca perderem o pé, os Steroboy jamais desmancham o formato mais pop das suas canções. Conseguem assim ofertar a quem os escuta, canções que não caiem na banalidade. Temas trabalhados e polidos como se de diamantes se tratassem.
“Opo” é um disco para se ouvir sem pressas. Para sorver cada nota, cada palavra, por inteiro. Para descobrir cada detalhe.
Produzido pelo próprio Luís Salgado e masterizado por Ghuna X, “Opo” é um disco de múltiplos encantos que apetece escutar naqueles finais de tarde em que chegamos a casa com vontade de nos esticarmos na nossa cama.

Nuno Ávila

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