quarta-feira, 1 de junho de 2016

A POESIA DOS JÚLIOS




















Um dia Júlio Machado Vaz sugeriu a Júlio Resende a possibilidade de colocar a sua música ao serviço da Poesia de que se sentisse mais próximo. Júlio Resende ter-lhe-á respondido que juntaria Música a Poesia se fosse o próprio Júlio Machado Vaz a lê-la. O psiquiatra e sexólogo, não temendo tabus, aceitou o desafio. E depois de ensaios e desconcertos, Júlio e Júlio acabaram por gravar um disco. Chama-se "Poesia Homónima por Júlio Resende e Júlio Machado Vaz" e os versos são de Eugénio de Andrade e Gonçalo M. Tavares. Uma voz, dois olhares distintos sobre a Poesia, e muita música em consonância.

Ao longo do disco escuta-se uma interação entre as palavras ditas por Machado Vaz e o piano de Resende, cuja dinâmica é apenas determinada pela entrega à improvisação dos dois intervenientes.
A escolha dos poemas que podem ser ouvidos e lidos no disco tem que ver com os afectos de cada um dos intérpretes. Machado Vaz escolheu Eugénio de Andrade, reiterando o seu já conhecido entusiasmo pelas artes, nomeadamente pela poesia e obra deste poeta. Do outro lado, Júlio Resende elegeu o escritor Gonçalo M. Tavares, cuja obra poética está reunida num único livro – “1” – editado pela Relógio D’Água.

Este é um disco que se transforma em homenagem a um dos maiores poetas da língua portuguesa contemporânea, cuja obra merece ser revisitada, e a um escritor dos mais vivos que a nossa cultura conhece aqui e além fronteiras.

O disco sairá no próximo dia 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, sob o selo da Valentim de Carvalho que assim reforça e engrandece o seu espólio de  poesia
 
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