quarta-feira, 6 de julho de 2016

O MELHOR DOS CLÃ










A 29 de Julho é editado o novo disco dos Clã.

Mas não se trata de um disco qualquer! Para além de marcar o regresso de uma das melhores bandas nacionais, O Melhor dos Clã reúne vinte canções de eleição, escolhidas de entre o majestoso rol de notáveis composições deste grupo.

Através de uma selecção feita pelo grupo, O Melhor dos Clã leva-nos numa viagem um pouco nostálgica pela longa e brilhante carreira dos Clã. Esta viagem permite-nos revisitar LusoQUALQUERcoisa – 1º disco do grupo e que comemora este ano o 20º aniversário da sua edição – Kazoo, Lustro, Rosa Carne, Cintura, Disco Voador e Corrente sem esquecer “Afinidades”, o disco ao vivo com Sérgio Godinho, e as participações dos Clã nos álbuns de homenagem aos Xutos & Pontapés e Rui Veloso.

Vinte anos depois de “Lusoqualquercoisa” a história dos Clã faz-se de uma mão-cheia de grandes álbuns e de concertos invariavelmente memoráveis. Entre os seus discos e canções há episódios que traduzem instantes de retrato das suas vidas pessoais e marcas de vivências do universo ao seu redor. E depois há canções que se tornaram coisa de nós todos. As 20 que aqui se recordam no alinhamento deste disco são por isso parte da banda sonora dos nossos últimos 20 anos.

1 Pois É (Não É?) “LusoQUALQUERcoisa”
2 Novas Babilónias “LusoQUALQUERcoisa”
3 GTI (Gentle, Tall and Intelligent) “Kazoo”
4 Problema de Expressão “Kazoo”
5 Conta-me Histórias “XX anos, XX bandas”
6 Dançar na Corda Bamba “Lustro”
7 O Sopro do Coração “Lustro”
8 H2omem “Lustro”
9 Sangue Frio “Lustro”
10 Bairro do Oriente “ar de rock – 20 anos depois”
11 Espectáculo (ao vivo com Sérgio Godinho) “Afinidades”
12 Competência Para Amar “Rosa Carne”
13 Carrossel dos Esquisitos “Rosa Carne”
14 Tira a Teima “Cintura”
15 Sexto Andar “Cintura”
16 Vamos Esta Noite “Cintura”
17 Os Embeiçados “Disco Voador”
18 Asas Delta “Disco Voador”
19 A Paz Não Te Cai Bem “Corrente”
20 Outra Vez “Corrente”

Sobre os Clã

Editado em 1996 “Lusoqualquercoisa” é um disco de pontes. Tal como o fez Prince numa sucessão de álbuns que partiam do tutano funk e r&b da sua alma, ensaiando a canção pop e outras formas, também aqui os Clã partiam das suas vivências jazzísticas para definir encontros vários, não apenas com a canção pop de travo mais seleto, mas também com o hip hop ou o r&b, assinando uma peça muito do seu tempo que se enquadra num plano de invenção de novos caminhos que a música então ensaiava entre nós. Havia já contudo nos Clã, e face aos seus contemporâneos, primeiros sinais de várias marcas de identidade. Por um lado a clara afirmação de um raro talento vocal, de grande capacidade dramática, de Manuela Azevedo e a expressão clara de uma composição inteligente, desafiante, mas capaz de comunicar. E, depois, a busca de uma relação com o português que não se esgotava no assumir da língua como terreno primordial de trabalho – que faria dos Clã uma principal força de resistência a uma etapa, na segunda metade dos noventas, em que o inglês foi mais cantado por estes lados – e que encetou logo aqui um relacionamento com poetas e letristas que assim lhes deram a cantar originais que fariam história.

Um ano depois do álbum de estreia “Kazoo” (1997) recentrava as demandas instrumentais em trilhos mais próximos dos universos pop/rock não fechando nunca a porta a flirts com sonoridades e soluções sempre novas e empolgantes, tal como continuámos a sentir nos seguintes “Lustro” (2000), “Rosa Carne” (2004), “Cintura” (2007) ou “Corrente” (2014), não baixando os braços na hora de criar em “Disco Voador” (2011) o melhor disco para crianças que a música portuguesa nos deu a ouvir desde os tempos das canções de José Barata Moura. Pelo caminho a discografia incluiu ainda “Afinidades” (1998), registo de uma experiência – da qual o título tudo diz – que os colocou juntamente com Sérgio Godinho num palco durante a Expo 98, representando esse um episódio de um relacionamento rico em proteínas de boas ideias que, disco após disco, dele ou deles, se vai renovando.

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