sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

SINAIS DE FUMO EM SETÚBAL









Para começar 2017 em beleza, o Sinais de Fumo apresenta não um, mas dois concertos de uma só vez. No mês de Fevereiro, recebemos a visita de Norberto Lobo e dos Osso Vaidoso, que regressam a Setúbal para apresentar os seus novos trabalhos. O primeiro é dia 11, na Casa da Avenida, enquanto que os segundos vão à Casa da Cultura, no dia 25. Os preços dos bilhetes custam 5 e 3 euros respectivamente e podem ser adquiridos nos locais, no próprio dia, ou ser reservados através do email festivalfumo[arroba]gmail[ponto]com.

Norberto Lobo

Muxama” é o mais fresco capítulo realizado pela expressão artística do Norberto à guitarra, como sempre fruto do seu rico mundo interior, pujante curiosidade pela vida e pelas pessoas – músicos, seus pares, e público, outras pátrias e línguas e culturas – e uma particular inquietude estética perante a linguagem musical que vem oferecendo com a sua seis cordas.

 O estilo e o espírito que habitam os 9 temas de “Muxama”, composições afinadas entre o escrito e o acaso abraçado no momento da interpretação, sugerem as vias de acesso a uma harmonia e uma musicalidade próprias de outras paragens, espaços insituáveis onde o sonho e o mito fazem ouvir, em cada breve narrativa, a sua estranha e obsessiva voz. Revelando-se o seu álbum ‘mais eléctrico’ até à data, Norberto emprega agora pedais de efeitos e filtros em tempo real para com a sua técnica prodigiosa dar forma às suas ideias musicais, o que confere uma inspirada dimensão prismática à obra produzida, moldando noções de tempo, timbre e frases de maneira brilhante, simultaneamente clássica e póstera.

Osso Vaidoso

Miopia, segundo álbum dos Osso Vaidoso – cinco anos após Animal e depois de uma tentativa falhada de gravar um concerto com poemas de Cesariny – é a exacta negação de qualquer obsessão passadista. A representar alguma relação com o tempo, talvez aponte no seu achatamento, juntando poetas dos séculos XVI e XVII como Sá de Miranda e Nicolau Tolentino a luminárias do século passado como Rainer Maria Rilke ou Jorge Luis Borges e a contemporâneos como Alberto Pimenta e Gastão Cruz.

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