Os Lotus Fever são Pedro Zuzarte, Diogo Teixeira de Abreu, Manuel Siqueira e Bernardo Afonso. Em Novembro passado, o quarteto lisboeta lançou o aguardado segundo registo de originais, “Still Alive for the Growth”, que tem sido amplamente elogiado pela crítica com os aplausos do público.
A digressão nacional de apresentação de “Still Alive for the Growth” tem percorrido todo o país. A 22 de Abril os Lotus Fever actuam em Lisboa no Sabotage Club (Cais do Sodré).
Os Lotus Fever estreiam hoje com a Antena 3 e amanhã com a RTP1 o videoclip do single “Dogs And Bones”, num registo que é, na sua própria escala, uma mega produção, realizada por Vasco Reis Ruivo. Cães, máscaras, pregos e ossos encaixam-se num vídeo que tem tanto de loucura como de relevância e actualidade.
"Se, por um lado, o filme procura fazer um ataque a um conformismo intemporal que tem na actualidade um maior pico de expressão, por outro, procura fazer uma ode à libertação pela arte. O conformismo manifesta-se primeiramente no sucumbir dos funcionários de uma fábrica a um modelo que promove a ausência de identidade, escondidos atrás de máscaras espelhadas que transfiguram as suas caras e identidades em não mais que um reflexo do trabalho que executam mecânica e desapaixonadamente, sob a olhar atento e ganancioso de um patrão excêntrico.
Numa segunda instância, esse modo de estar passivo surge personificado na família que, de forma literal, come o que lhe põe à frente, alheios ao prejuízo para si mesmos que daí resulta, bem como à origem e essência daquilo que se lhes apresenta como o que deve ser comido, metáfora trabalhada sob a ideia da refeição de carne com pregos. As crianças surgem como a visão inocente que se opõe à obrigatoriedade daquele comportamento mas que por pressão e aparente falta de alternativa sucumbem também à sua prática.
Na fábrica há quatro funcionários que se revoltam para tocar música dirigida ao perpetrador das injustiças, acabando mortos por cães, aqui fazendo-se a correlação literal com a música "Dogs And Bones". Os restos mortais são dados de comer aos restantes colegas da fábrica, contaminando-os com o vírus metafórico de "Lotus Fever", vírus que transforma todo o espaço claustrofóbico de exploração laboral numa realidade muito mais leve e festiva, bem como os próprios funcionários que largam o trabalho para descobrir um momento de libertação. Até o patrão, também ele inserido e vitimado por um sistema violento, opta por se deixar contaminar por esse vírus que carrega consigo a voz e a razão nos artistas que se levantaram contra esse sistema, ainda que sem efeito imediato - acabam esmagados por ele - mas com repercussões a longo prazo, tal é a imortalidade da arte e a extensão do seu efeito."
Vasco Reis Ruivo, Realizador
A digressão nacional de apresentação de “Still Alive for the Growth” tem percorrido todo o país. A 22 de Abril os Lotus Fever actuam em Lisboa no Sabotage Club (Cais do Sodré).
Os Lotus Fever estreiam hoje com a Antena 3 e amanhã com a RTP1 o videoclip do single “Dogs And Bones”, num registo que é, na sua própria escala, uma mega produção, realizada por Vasco Reis Ruivo. Cães, máscaras, pregos e ossos encaixam-se num vídeo que tem tanto de loucura como de relevância e actualidade.
"Se, por um lado, o filme procura fazer um ataque a um conformismo intemporal que tem na actualidade um maior pico de expressão, por outro, procura fazer uma ode à libertação pela arte. O conformismo manifesta-se primeiramente no sucumbir dos funcionários de uma fábrica a um modelo que promove a ausência de identidade, escondidos atrás de máscaras espelhadas que transfiguram as suas caras e identidades em não mais que um reflexo do trabalho que executam mecânica e desapaixonadamente, sob a olhar atento e ganancioso de um patrão excêntrico.
Numa segunda instância, esse modo de estar passivo surge personificado na família que, de forma literal, come o que lhe põe à frente, alheios ao prejuízo para si mesmos que daí resulta, bem como à origem e essência daquilo que se lhes apresenta como o que deve ser comido, metáfora trabalhada sob a ideia da refeição de carne com pregos. As crianças surgem como a visão inocente que se opõe à obrigatoriedade daquele comportamento mas que por pressão e aparente falta de alternativa sucumbem também à sua prática.
Na fábrica há quatro funcionários que se revoltam para tocar música dirigida ao perpetrador das injustiças, acabando mortos por cães, aqui fazendo-se a correlação literal com a música "Dogs And Bones". Os restos mortais são dados de comer aos restantes colegas da fábrica, contaminando-os com o vírus metafórico de "Lotus Fever", vírus que transforma todo o espaço claustrofóbico de exploração laboral numa realidade muito mais leve e festiva, bem como os próprios funcionários que largam o trabalho para descobrir um momento de libertação. Até o patrão, também ele inserido e vitimado por um sistema violento, opta por se deixar contaminar por esse vírus que carrega consigo a voz e a razão nos artistas que se levantaram contra esse sistema, ainda que sem efeito imediato - acabam esmagados por ele - mas com repercussões a longo prazo, tal é a imortalidade da arte e a extensão do seu efeito."
Vasco Reis Ruivo, Realizador
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