É importante referir que para lá dos suportes digitais habituais e obrigatórios nos dias que correm, este novo álbum dos Knok Knok está igualmente disponível em cassete. E faz pleno sentido que assim seja: as micro-partículas metálicas que se reordenam na fita analógica perante os impulsos magnéticos eléctricos da cabeça de gravação correspondem certamente à melhor maneira de fixar esta música criada com artefactos da Roland e da Moog, da Korg, da Buchla e da Oberheim, da Yamaha e da Sequential Circuits, nomes mais ou menos exóticos que designam fabricantes de instrumentos electrónicos, mas que bem poderiam encontrar-se em logos estampados nas cabines de naves espaciais, tal o poder evocativo que carregam.
Ao longo de 14 temas divididos simetricamente por dois lados de uma cassete que se estende tanto no tempo como um LP (e bem que este som também faria sentido em vinil...), os Knok Knok recuperam para o presente o pulsar metronómico do Krautrock, mas também se alinham com as experiências electrónicas pioneiras que etiquetas como a Finders Keepers têm vindo a relançar. Mas a proeza dos Knok Knok é não se limitarem a evocar o passado, conseguindo uma sintonia com um particular presente que projectos como Ekoplekz ou, por exemplo, Pye Corner Audio e o que certas editoras como a Ghost Box têm vindo a explorar: um particular ponto de intersecção entre o kraut e o techno, as pioneiras experiências do Radiophonic Workshop, a synth scene experimental dos anos 80 que derivou da new age, o synth pop mais aventureiro de projectos como os Yello ou Yellow Magic Orchestra, etc.
Ao longo de 14 temas divididos simetricamente por dois lados de uma cassete que se estende tanto no tempo como um LP (e bem que este som também faria sentido em vinil...), os Knok Knok recuperam para o presente o pulsar metronómico do Krautrock, mas também se alinham com as experiências electrónicas pioneiras que etiquetas como a Finders Keepers têm vindo a relançar. Mas a proeza dos Knok Knok é não se limitarem a evocar o passado, conseguindo uma sintonia com um particular presente que projectos como Ekoplekz ou, por exemplo, Pye Corner Audio e o que certas editoras como a Ghost Box têm vindo a explorar: um particular ponto de intersecção entre o kraut e o techno, as pioneiras experiências do Radiophonic Workshop, a synth scene experimental dos anos 80 que derivou da new age, o synth pop mais aventureiro de projectos como os Yello ou Yellow Magic Orchestra, etc.
As peças desenvolvidas por Armando Teixeira têm sempre – qualquer que seja o contexto, Bulllet ou Balla são exemplos possíveis – uma dimensão pop, adivinhável nas melodias transparentes e nos arranjos escorreitos, mas mergulhado na sua panóplia de teclados vintage, o produtor consegue igualmente explorar uma mais funda vertente experimental que neste caso passa pela procura de novas texturas, de novos sons e combinações de pulsares, estratégia própria de quem vê no estúdio, na mesa de mistura, as mesmas possibilidades que um cientista encontra no laboratório – uma forma de descobrir novos mundos através de uma postura inquisitiva.
Igualmente importante aqui é o diálogo entre Armando Teixeira e Duarte Cabaça, com a base rítmica fornecida pelo baterista que bem conhece as derivas motorik do kraut e entende que o que importa são os desenhos rítmicos angulares de grande precisão a servirem para que os teclados pintem abstractos quadros que títulos como “Vapor”, “Casa de Papel”, “Roda” ou “Acrílico Azul” não esclarecem, antes servem como estímulos para orientar a nossa imaginação.
Knok Knok. Quem é? É um som que atravessa o passado até ao presente para se projectar num futuro possível.
Igualmente importante aqui é o diálogo entre Armando Teixeira e Duarte Cabaça, com a base rítmica fornecida pelo baterista que bem conhece as derivas motorik do kraut e entende que o que importa são os desenhos rítmicos angulares de grande precisão a servirem para que os teclados pintem abstractos quadros que títulos como “Vapor”, “Casa de Papel”, “Roda” ou “Acrílico Azul” não esclarecem, antes servem como estímulos para orientar a nossa imaginação.
Knok Knok. Quem é? É um som que atravessa o passado até ao presente para se projectar num futuro possível.
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