segunda-feira, 16 de abril de 2018

JANITA SALOMÉ APRESENTA NOVO DISCO














É já a 20 de Abril que Janita Salomé apresenta o seu novo álbum de originais “Valsa dos Poetas”, com o selo da PontoZurca.

Herdeiro de uma forte tradição musical familiar, este compositor e cantautor conta já com mais de quatro décadas de trabalho dedicadas à investigação e divulgação da música popular portuguesa, tornando a sua obra única e, como o próprio sublinha, “mais intensa que extensa”. A aclamação da crítica e os vários galardões que foi recebendo ao longo da sua carreira são o reconhecimento da sua qualidade enquanto intérprete e compositor.

Auto-retrando-se como “um andarilho”, as deambulações deste experimentalista versátil e multifacetado transportam-no agora para um novo mundo visto através da pena dos poetas.

Assim nasce este novo trabalho de Janita Salomé, o 15º do seu repertório, numa vontade de prestar homenagem aos muitos poetas e escritores, portugueses e estrangeiros, que deram palavra (e alma) às suas composições. Assim, enquanto o poeta fala por si mesmo, o compositor fala dos dois religando a beleza da poesia e o seu próprio som à música que lhe vai na alma.

Tendo a viola como auxiliar de composição, Janita Salomé procura a harmonia inspirado nas cadências que cada poeta emprestou à sua escrita. Na maior parte dos casos é um verso que o agarra e que dá o mote ao processo de construção que se segue.

“Valsa dos Poetas” é composto por 12 temas, nove originais e três reedições com uma nova roupagem. Os arranjos ficaram a cargo dos músicos Filipe Raposo e Mário Delgado que também gravaram no disco, respectivamente, piano, melódica, harmónica e guitarras, banjo, tablas. Participam ainda os músicos António Quintino (contrabaixo), Carlos Miguel (percussão), Miguel Amado (contrabaixo, baixo), Quiné Teles (percussão) e Rúben Alves (acordeão, piano). Conta ainda com a participação das cantoras Luanda Cozetti e Catarina Molder que darão voz, respectivamente, às faixas “A música inventa o lume” que parte de um poema de Jaime Rocha e “Aos meus poetas”, o único tema em que Janita Salomé assina a letra e música numa ode aos poetas que povoam o seu imaginário. Desta viagem antológica fazem parte, ainda, poemas de Carlos Mota de Oliveira, Charles Bukowski, José Afonso, José Jorge Letria, Luís Andrade (o Pignatelli) e Luís Vaz de Camões.

O novo álbum já está em pré-venda no iTunes.

“Sophia” é o primeiro tema do disco, um poema de José Jorge Letria que também “empresta” as suas palavras a “Bocage”, o single de avanço do álbum e também ele uma homenagem a outro grande poeta português. A escrita intimista e eloquente de José Jorge Letria é assim envolta em melodia numa valsa perfeita entre poeta e compositor. É como se o fluir melódico do verso estivesse predisposto a seduzir primeiro o compositor e depois o ouvinte.

Em “Bluebird”, o cantor procura aproximar a sua voz à forma como Charles Bukowski recita o poema, dando-lhe um tom soturno, uma voz cava e funda, que parece vir das profundezas dos tempos. A vontade de manter a versão original do poema levou Janita Salomé a cantar em inglês, algo inédito já que sempre cantou em português .

De Camões recupera o soneto “Aquela triste e leda madrugada”. Um poema sobre afastamento e separação (dos amantes) testemunhada por uma madrugada personificada e envolta em sentimentos de dor e tristeza.

No tema “A Al’Mutamid”, musicado por Filipe Raposo, Ibn Amar (poeta algarvio do século XI) escreve ao seu amigo e Rei poeta Al’Mutamid, para que este não o execute, num acto de misericórdia e em nome dos bons momentos de amizade que partilharam.

Em “Era um Redondo Vocábulo”, Janita Salomé revisita o seu companheiro de muitos palcos e da vida – José Afonso. Este tema, cuja letra foi escrita por Zeca durante o período em que esteve na prisão de Caxias, ganha uma nova roupagem na voz de Janita Salomé numa homenagem sincera, de amigo, a um dos poetas e músicos mais emblemáticos do cancioneiro português.

O espectáculo de apresentação de “Valsa dos Poetas” está agendado para dia 5 de Junho no Teatro da Trindade.

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