quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

EM BRAGA














Theatro Circo - Braga
21 dezembro, sexta, 22h00, Pequeno Auditório, M12
7€ | Quadrilátero: 3,5€

"Montedor", quando sobe a palco, carrega todos os sentimentos mais obscuros depositados, pelos Mares, na humanidade.

Sete capítulos preenchem 60 minutos de uma narrativa que em tudo está despojada de esperança. Contudo, a vontade humana de chegar sempre mais além vive nos contra-ritmos que a banda, FERE, compõe nestes momentos sonoros.

A dualidade da vontade de depositar todas as esperanças no Mar e nele as perder; e logo voltar a repetir o gesto num instinto celular, patenteia-se nos ritmos dos dois baixos (Jaime Manso; Pedro Alves), sendo a guitarra e a bateria (João Pedro Amorim; José Pedro Alves respectivamente) o timoneiro e o Mar, ora um, ora outro trocando de papéis numa viagem que nos troca os sentidos, traindo a nossa percepção, como a dos que aos Mares se fizeram.

Assim é interpretada toda uma viagem pelo lado mais negro dos Mares, estes, tão orgulhosamente símbolo de Nações, tão orgulhosamente detentores de infinitas vidas humanas; mistérios; medos; invencível parceiro ou inimigo.

"Montedor", devido ao seu significado e toponímia, dispensa-se de qualquer explicação como nome da peça musical que os FERE compuseram e escolheram como seu arauto.

Grupo formado em 2015, FERE são:
Jaime Manso (baixo)
João Pedro Amorim (guitarra),
Pedro Alves (baixo)
José Pedro Alves (bateria),
(nomes envolvidos no meio musical nacional)

Em 2016, a banda é convidada pelo Teatro Experimental do Porto (TEP) para compor a banda sonora da peça “Nunca Mates o Mandarim”, adaptada do livro “Mandarim” de Eça de Queiroz, com a encenação a cargo de Gonnçalo Amorim. Esta foi apresentada ao vivo durante os espectáculos da peça, inserida no FITEI 2016, no Teatro Nacional São João.

No ano passado, a banda finalmente tocou ao vivo em várias salas do país, apresentando composições baseadas no rock instrumental, com momentos mais pesados que se aproximam do som de bandas como Isis Sumac, Amenra, Old Man Gloom, Russian Circles, entre outros.

“Montedor” (2018) é o primeiro álbum da banda, focando-se no lado negro dos mares. A música, sendo uma linguagem universal, capaz de ser sentida/ouvida em qualquer ponto do mundo, tenta criar uma atmosfera representativa deste conhecido tema, o MAR, em Portugal, país de origem da banda.

O lançamento do álbum aconteceu a 20 de Março,
pela Raging Planet. O primeiro videoclip
(por Gonçalo Delgado) foi entretanto lançado.

"Brooding, expansive and super heavy. Throughly enjoying this music!"

Ben Verellen from Verellen Amplifiers / Helms Alee

"...denso e sufocante, com laivos de metal arrastado a exprimir as diferentes toadas da existência, do breu do abismo mais profundo ao esplendor níveo da espuma na areia."

Adolfo Luxúria Canibal, dos Mão Morta

"Há uma beleza meio inexplicável e dolorosa na contenção. Contenção que está sempre presente em FERE, beleza inexplicável e dolorosa, também."

Vera Marmelo, fotógrafa (www.veramarmelo.pt)

"Os FERE têm uma sonoridade surpreendente! A "bizarria" de serem uma banda com dois baixos, permite-lhes, ao mesmo tempo, manterem um ritmo vertiginoso e mântrico, assim como fazerem-nos descer às profundezas do inferno com o seu som cavernoso, da melhor linhagem da música industrial alemã! Por outro lado as paisagens psicadélicas e atmosféricas que a guitarra solo nos oferece, fazem-nos viajar da Islândia à Amazónia, sem nunca deixarmos de perceber o cheiro da lareira do interior de Portugal e o seu nevoeiro e geada matinal. Os FERE viajam sem pudor pelo melhor Metal dos anos 90, o industrial e progressista da música alemã dos anos 80 e o psicadelismo dos 70's. As suas narrativas fazem-nos lembrar os poemas de Baudelaire e Walt Withman, por isso não podiam ser mais contemporâneos e políticos!"

Gonçalo Amorim, director artístico do Tep Teatro Exp Porto

"Fiz parte desta família durante anos, partilhei riffs e momentos (por exemplo, o Mandarim no Teatro São João) que ficam para uma vida. Mas, acima do que vivi com os Pedros, o Jaime e o João, está a música que eles fazem e em que acredito. Muito!

André Mendes, Amplificasom

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