EM FEVEREIRO NO SALÃO BRAZIL

Em fevereiro, o Salão Brazil acolhe músicas de várias latitudes e, como sempre, apresentam-se no palco da Baixa de Coimbra nomes muito relevantes da cena musical atual. A par desta cada vez maior relevância da sala no contexto nacional, o Salão não deixa de apoiar a nova música portuguesa, nas suas diferentes expressões.

O mês abre com o projeto “Mirrors” do saxofonista João Mortágua (sexta-feira, dia 1). Gravado no âmbito de uma residência artística no Guimarães Jazz e editado pelo Carimbo Porta-Jazz, este concerto faz parte do ciclo que promove os lançamentos deste coletivo de músicos baseado na cidade do Porto e que espelha a qualidade que este género musical tem vindo a atingir no norte do país. Com João Mortágua estarão Ricardo Formoso (trompete e fliscórnio), Virxilio da Silva (guitarra), Felix Barth (baixo elétrico) e Iago Fernandez (bateria).

Nos dias seguintes, o Salão recebe a brasileira Bia Ferreira (sábado, dia 2) e os norte- americanos Irreversible Entanglements (segunda-feira, dia 4). Embora diferentes nas raízes musicais que exploram, ambos nos trazem música engajada com as questões sociais e políticas mais prementes, nomeadamente as questões ligadas ao racismo. Associado ao concerto de Bia Ferreira, estará uma roda de conversa, a decorrer pela tarde (17:00h), co-organizada pelo Salão Brazil e pelo coletivo conimbricense A Velha Capital. Sob o título Artivismo, Periferia e Academia, a roda de conversa terá a participação de convidados como Luciana Carmo, Carlos Guerra Júnior, Monise Martinez
e Elaine Santos.

Na sexta-feira, dia 8, está marcada a estreia do projeto Siu Kiu que une a cantora e instrumentista Vânia Couto, conhecida pelo seu trabalho em grupos como Pensão Flor ou Macadame e Maria Villanueva cantora e instrumentista natural de Vigo e que durante os ultimo anos tem residido em Lisboa, movendo-se em círculos ligados ao jazz.

Dos Estados Unidos da América chegam os The Last Internationale (sábado, dia 9), um projeto do duo nova-iorquino formado por Edgey Pires e Delila Paz. Desde o seu primeiro EP, lançado em 2013, o duo tem conseguido chegar ao grande público, sendo a sua música reconhecida e apoiado por pares como Robert Plant (para quem fizeram a primeira parte dos concertos da digressão de 2014).

Na semana seguinte (de 11 a 14), o Salão acolhe uma residência artística para a qual o músico e compositor Pedro Melo Alves convidou a cantora Mariana Dionísio, o pianista João Grilo e a harpista Jacqueline Kerrod. Trata-se de mais uma etapa do ciclo Conumdrum, que Pedro Melo Alves tem organizado para desafiar outros músicos para o diálogo improvisado a dois. Desta feita, no Salão Brazil, haverá lugar a uma experiência a quatro, juntando músicos com formações muito distintas, mas que confluem no interesse comum pelo jazz e pela música contemporânea. A residência culmina com um concerto na quinta-feira, dia 14.

Depois de uma primeira passagem pelo Salão, em maio de 2014, em que nos ofereceu um concerto memorável, o muito aguardado regresso do projeto Sun Araw Trio acontece no dia 15 de fevereiro (sexta-feira), no contexto de uma digressão que levará o trio a 6 países europeus, com duas datas agendadas para Portugal. Músico prolífico e sempre em busca de novas linguagens e parceiros, Cameron Stallones tem em Sun Araw um veículo para as suas pesquisas em torno do psicadelismo e do dub.

O angolano Chalo Correira apresenta-se no Salão pela primeira vez no sábado, dia 16. A residir em Portugal desde 1991, Chalo editou o disco Kudihohola em 2015, e rapidamente passou a circular além dos círculos lisboetas da música africana, chegando a todo o país e à Europa. A rebita, kilapanga e o semba são omnipresentes na música do trio que convida à dança.

Na semana seguinte, a 21 de fevereiro, os Capitão Fausto regressam para um concerto já esgotado. Trata-se de uma das bandas da nova música portuguesa que mais destaque ganhou nos últimos anos, pelo que não é de estranhar que os bilhetes para este concerto enham desaparecido em apenas um par de dias, naquela que será a terceira passagem d quinteto lisboeta pelo Salão Brazil. No dia seguinte, é a vez da estreia de Ciclo reparatório, que tal como os Capitão Fausto são um dos mais relevantes projetos da msica pop nacional. Apresentam o seu segundo disco de originais, intitulado “Se é para
perder, que seja de madrugada”.

Outro dos grandes destaques do mês é o concerto de Dealema, veteranos do hip-hop ncional cuja influência remonta a 1996, ano em que se estrearam em disco com o EP "Expresso do Submundo”. Depois de uma experiência feliz, no final de 2018, em que se apresentaram pela primeira vez com uma banda de suporte, os Dealema decidiram repetir a dose em três concertos (Aveiro e Torres Novas são as outras duas cidades por onde passarão com este formato) em que voltam a estar acompanhados por um trio de jazz que providenciará o carácter orgânico que o quinteto portuense persegue nesta nova etapa da sua já longa carreira..

O mês termina com mais uma sessão de declAMAR (quinta-feira, dia 28). Este um evento tendencialmente mensal, de entrada livre, é dinamizado por um colectivo de cinco diseurs de poesia (Catarina Matos, Lurdes Telmo, Olga Coval, Rui Amado e Vanda Ecm) que definem um tema para cada sessão e apresentam um alinhamento inicial de poetas e poemas. Segue-se um período de microfone aberto ao público para quem queira ler poemas próprios ou alheios.

Sex, 1 fev, 22h00
João Mortágua “Mirrors”
(6,00€ BOL / 7,00€ na bilheteira do Salão)

Sex, 8 fev, 22h00
Vânia Couto & Maria Villanueva “Siu Kiu”
(5,00€ BOL, lojas parceiras e na bilheteira do Salão)

Qui, 14 fev, 22h00
Conumdrum Sessions
Pedro Melo Alves / Mariana Dionísio / João Grilo / Jacqueline Kerrod
(6,00€ BOL / 7,00€ na bilheteira do Salão)

Sáb, 16 fev, 22h00
Chalo Correia Trio
(6,00€ BOL / 7,00€ na bilheteira do Salão)

Qui, 21 fev, 22h00
Capitão Fausto
(Lotação esgotada)

Sex, 22 fev, 22h00
Ciclo Preparatório
(7,00€ BOL e lojas parceiras / 8,00€ na bilheteira do Salão)

Sáb, 23 fev, 22h00
Dealema
(12,50€ Ticketea e lojas parceiras / 13,00€ na bilheteira do Salão)