EDIÇÃO 22 FEVEREIRO | THE ORCHARD
A cantora algarvia Susana Travassos, vem conquistando nos últimos anos um espaço de prestígio na América Latina, onde conquistou um público seguidor, ganhou admiradores e respeito por parte da imprensa. Durante o período vivido no Brasil, actuou ao lado de músicos como Chico César, Yamandu Costa, Zeca Baleiro, Chico Saraiva, Chico Pinheiro e Toninho Horta.
A cantora algarvia Susana Travassos, vem conquistando nos últimos anos um espaço de prestígio na América Latina, onde conquistou um público seguidor, ganhou admiradores e respeito por parte da imprensa. Durante o período vivido no Brasil, actuou ao lado de músicos como Chico César, Yamandu Costa, Zeca Baleiro, Chico Saraiva, Chico Pinheiro e Toninho Horta.
Susana Travassos apresenta agora o terceiro disco “PÁSSARO PALAVRA”, o seu primeiro trabalho autoral gravado em Buenos Aires, que conta com composições próprias e canções inéditas de Luísa Sobral, Melody Gardot e Mili Vizcaíno.
Depois de anos a divagar pela MPB e de se ter tornado numa das suas mais respeitadas cantoras e intérpretes no Brasil, Susana Travassos apresenta em “Pássaro Palavra” um trabalho que demonstra – sem margem para dúvidas – qual é o seu património musical: a América Latina. Não é pois de estranhar que Travassos passe do Brasil à Argentina sem esquecer as suas raízes algarvias. Pode um disco do mundo ser profundamente local? Pode: e não há nenhum problema com isso.
Nunca um disco de uma portuguesa soou tão brasileiro na Argentina. Ou tão argentino no Brasil. E no entanto, é um trabalho profundamente português porque o atravessa uma melancolia só justificável pela herança lusitana de Susana, que tem na sua voz uma saudade velha e sabida.
“Não cantei cotidianos. Só cantei a ti /Pássaro-Poesia / E a paisagem-limite: o fosso, o extremo/ A convulsão do Homem.”. (Hilda Hist)
Talvez seja este um resumo perfeito de “Pássaro Palavra” da Susana Travassos, a Susana que não canta quotidianos mas canta a “paisagem-limite”, a “convulsão do Homem”. É certo: as suas interpretações, tão cheias de referências, de influências, de viagens, mostram a sua enorme versatilidade, a sua originalidade e a certeza de que não representa cânones. Susana Travassos tem a sua própria voz. Não imita. Não segue. Não quer ser a próxima coisa nenhuma nem a herdeira de ninguém. Trilha o seu caminho sozinha, com uma voz seguríssima. Sem falhas. Traz apenas a “vertigem e a fé”. E isso basta.
(Pedro Rapoula)
Neste álbum, Susana está cercada por alguns dos melhores instrumentistas em atividade na Argentina, entre eles Tiki Cantero (percussão), Paula Pomeraniec (violoncelo), Guilherme Rubino(violino), Mariano Malamud (viola), Nacho Amil (piano), Gonzalo Fuertes (contrabaixo), Santiago Arias (bandoneon) e o produtor Alan Plachta (guitarras). Como convidado, o disco terá o arranjador e pianista Diego Schissi, um dos nomes mais festejados da nova geração da música argentina.
É um projeto de regresso às raízes, mas onde a palavra se faz livre. Reforça a importância da liberdade de expressão, na liberdade enquanto acto.
“Não está desligado da psicanálise, outra das minhas paixões, onde a palavra é o motor da escuta e da mudança, da procura do desejo fundamental, da cura e da realização.” (diz a Susana).
É um trabalho onde a mulher se posiciona, onde a compositora assume o lugar de destaque: canções de sua autoria, da Luísa Sobral (Portugal), Mili Vizcaíno (Espanha), DeaTrancoso (Brasil), AnaTerra (Brasil) e Melody Gardot (EUA).
Fala dos afetos, que reivindica a justiça e a igualdade social, que protesta contra a violência na mulher numa canção pungente de Luísa Sobral.
Apela ao amor em todas as suas formas, familiar, romântico, social,político e ecológico.
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