quinta-feira, 28 de março de 2019

VRDASCA JUNTA HIP-HOP E CORDAS DE ORQUESTRA




















Francisco Verdasca, de 20 anos, apresenta-se como VRDASCA e lança ORCHESTRAM, uma beat tape que é o ponto de partida na carreira do jovem no mundo da produção de hip-hop. Neste conjunto de três beats, VRDASCA junta trap, boom bap e instrumentos clássicos de cordas como violino, viola, violoncelo e contrabaixo.

VRDASCA toca guitarra há cinco anos e baixo há dez meses. Durante muito tempo, limitou-se apenas a compor e a aperfeiçoar a sua técnica enquanto instrumentista, mas, há cerca de 2 anos, começou a gravar as suas próprias músicas, que até então eram exclusivamente rock, metal ou cantautor. Lançou alguns sons no SoundCloud e outros no Youtube, mas só em novembro é que decidiu começar a fazer beats de hip-hop. Tinha descoberto essa vertente musical há pouco e desafiou-se a tentar fazer algo nesse estilo. Desde então, o que mais faz é produzir beats, não se identificando com nenhum estilo em específico. Gosta de experimentar e de fazer coisas novas, belas, e que fiquem no ouvido de quem gosta de ouvir música.


O jovem, desde que começou a produzir, quis lançar uma beat tape, mas, como preza bastante pela diferença, foi difícil criar um número certo de beats que tivessem uma ligação forte entre si. Foi então que, por mera curiosidade, decidiu instalar um plug-in que replica instrumentos de orquestra. O resto, é história. As melodias começaram a sair da cabeça e as batidas começaram a entrar no tempo e o resultado é o que se pode ouvir no SoundCloud do próprio.

Orkstra baseia-se numa progressão de acordes bastante familiar a todos e associada às touradas. A batida mostra claramente uma grande influência do trap, desde a forma como os hi hats são usados até aos contra tempos da segunda tarola, mais aguda. Mi, Sol e Fá são os acordes da base. Apesar de serem todos de tonalidade maior, relembram-nos crueldade e frieza, coisa que VRDASCA tenta desconstruir com as melodias do violino e da viola.

Boom Borchestra vai buscar o seu nome à batida que relembra boom bap, mas onde, ao mesmo tempo, se nota novamente o toque de trap nos hi hats. A base tem apenas quatro notas e as melodias que o violino e o violoncelo fazem foram compostas com o único propósito de darem um toque diabólico e satânico à música.

Orchastra começa com o violino a tocar a melodia base. Pizzicato é o nome da técnica usada, que faz com o que o violino soe mais como um cravo abafado. Esta melodia nesta técnica dá um toque asiático e pacífico, mas, ao mesmo tempo, estridente e dançável. Entram depois os acordes por trás, acordes estes que, mais uma vez, mostram a influência trap que o produtor tem. A batida junta-se à melodia na medida em que é suave, mas, simultaneamente, não deixa o ouvinte estar parado.

A fotografia que acompanha a tape estava no baú de Joana Guerra (IG: sleeping. patterns). Francisco optou por esta fotografia tendo em conta que é atual, mas relembra o século XIX, com as luzes redondas em fila e as linhas da construção simples. A edição ficou a cabo do próprio e a cor faz lembrar um violino antigo e usado. O lettering é uma referência clara da cultura hip-hop e da época histórica que estas músicas tentam recordar.

Para o futuro, Francisco promete novidades, incluindo um EP de hip-hop onde, para além da produção, vai também mostrar o que tem para dar a nível de lírica e voz. Confirma já a participação de DEZ, conterrâneo seu, que já conta com mais alguns anos na bagagem. Por enquanto, deixa-vos com esta beat tape disponível no SoundCloud e na BeatStars, onde vai disponibilizar os três beats para venda.

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